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'Não quero a paternidade dessa obra', diz Temer sobre Transposição do São Francisco

A declaração ocorre após os ex-presidentes petistas Lula e Dilma reivindicarem a autoria das obras na região da Paraíba; para peemedebista, paternidade é do 'povo brasileiro'

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Foto do author Daniel  Weterman
Por Daniel Weterman e Elizabeth Lopes
Atualização:
Ex-aliados disputam 'paternidade' das obras da Transposição do São Francisco Foto: Ricardo Stuckert e reprodução|Youtube

Campina Grande (PB) e São Paulo - O presidente Michel Temer (PMDB) afirmou nesta sexta-feira, 10, em Campina Grande, na Paraíba, que não quer ter a paternidade das obras de transposição do Rio São Francisco. "Não quero a paternidade dessa obra, ninguém pode tê-la. A paternidade é do povo brasileiro e do povo nordestino", disse Temer, em uma indireta ao ex-presidente Lula, em cujo governo foi iniciada a construção do canal. A declaração ocorre após ex-presidentes petistas reivindicarem a autoria das obras na região. Ele está no Nordeste para a inauguração do projeto na Paraíba e em Pernambuco. O primeiro compromisso foi em Campina Grande (PB), onde assinou a ordem de serviço para a adequação de capacidade da BR-230, que passa pelo Estado. "Vocês é que pagaram impostos ao longo do tempo para que pudéssemos fazer grandes investimentos nessa obra que vai cada vez mais sendo festejada", disse o presidente, justificando sua declaração de que a paternidade da transposição é dos cidadãos. Antes, o prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSDB), afirmou em discurso que "todo mundo quer ser pai dessa obra", mas que era preciso compreender que é uma sequência de vários governos, citando a concepção do projeto por Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o início das obras por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), destacando que era preciso referenciar o petista com "importância", e a sequência da execução, "com uma certa letargia", por Dilma Rousseff (PT). O presidente afirmou ainda que a transposição do rio é assunto de maior interesse ao Estado da Paraíba e à toda região nordestina. "Nós envidamos, como vocês puderam perceber, muitos esforços nesses poucos meses de governo para que pudéssemos chegar a este ponto", disse. Temer desembarcou no Aeroporto João Suassuna por voltas das 11h e seguiu para o Complexo Residencial Aluizio Campos, um conjunto habitacional com mais de 4,1 mil casas, construído pela prefeitura da cidade em parceria com o governo federal. Após visitar algumas casas e conversar com os moradores, ele discursou em um palanque armado no conjunto habitacional, rodeado de ministros e políticos paraibanos do PMDB, PSDB, PP, PSD, entre outras legendas.Rodovia. As obras na rodovia serão realizadas em um trecho de 28 quilômetros, que vai do município de Cabedelo até a capital, João Pessoa. Segundo o Planalto, o investimento total é de R$ 255 milhões para as melhorias. Serão construídos 13 viadutos, 14 passarelas de travessia de pedestres, 38 quilômetros de vias marginais, 15 quilômetros de ciclovias e 25 quilômetros de terceira faixa. Após deixar Campina Grande, a comitiva presidencial seguirá para o município de Sertânia, onde visitará o último trecho do canal da transposição do rio São Francisco em Pernambuco, antes da entrada da água no território paraibano. Para as 15h, está prevista a chegada do presidente a Monteiro onde fará a inauguração oficial da obra na Paraíba. Temer acionará uma bomba que vai liberar a água para o açude de Poções. A água entrou no território paraibano na noite da última quarta-feira e deve encher o Poções dentro de cinco a sete dias, até seguir para outro açude no município de Camalaú e, de lá, seguir o curso do rio Paraíba com destino ao açude Epitácio Pessoa (no município de Boqueirão), que abastece Campina Grande e outras 18 cidades da região. Nesta quinta, véspera da visita de Temer à Paraíba, choveu em 66 municípios do Estado, inclusive em Monteiro e Campina Grande.