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'Não me classifico de direita', diz Doria em Belém

Prefeito de São Paulo fala de sua posição ideológica um dia após Bolsonaro fazer promessas associadas a agenda conservadora na mesma cidade

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Por Pedro Venceslau
Atualização:

BELÉM - Depois do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) ter cumprido na quinta-feira, 5, uma agenda de pré-candidato em Belém, nesta sexta-feira, 6, foi a fez do prefeito de São Paulo, João Doria, desembarcar na cidade. O tucano chegou na capital paraense por volta do meio-dia e participou de uma almoço com empresários, no qual recebeu os títulos de cidadão paraense e belenense.

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), durante discurso na Associação Comercial do Pará, onde recebeu o título de cidadão belenense e a medalha de cidadão paraense Foto: Antônio Cícero/Photopress

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Em entrevista coletiva após o encontro, Doria foi questionado sobre o motivo de suas viagens pelo Brasil. "Ainda não apresento como pré-candidato, não é bom precipitar o debate", afirmou. Doria reiterou que viaja em seu avião particular e paga os custos de seus deslocamentos com recursos próprios. "Viajo no meu avião. Nem salário eu recebo", disse o prefeito, que concedeu entrevista ao lado do prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho (PSDB).

Os jornalistas perguntaram, então, por que visitar a capital durante o Círio de Nazaré, uma das maiores festas religiosas do mundo, se ele não é pré-candidato. Doria respondeu que é a terceira vez que ele participa das festividades e que a viagem foi uma "coincidência" com a festa religiosa.

Sobre as declarações ao Estado do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB), que cobrou de Doria que viajasse apenas depois do expediente na Prefeitura e nos finais de semana, Doria respondeu: "Não emito opinião sobre a gestão dele na prefeitura de Manaus. Dispenso as recomendações do Arthur Virgílio sobre meu papel na Prefeitura". Virgílio se apresentou na semana passada como pré-candidato à Presidência e disse que pretende disputa as prévias com Doria e o governador Geraldo Alckmin.

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Em outro trecho da entrevista, o prefeito falou sobre como se posiciona no espectro político. "Não me classifico de direita. Sou e sempre fui em minha trajetória uma pessoa de centro". O prefeito defendeu, porém, a privatização de estatais, entre elas a Petrobrás, mas de forma gradual.

Outra questão levantada durante a coletiva foi sobre o discurso de Bolsonaro, na capital paraense, no qual o deputado defendeu a flexibilização do porte de arma e que proprietários rurais tenham direito de ter fuzis para enfrentar o MST. "Não defendo que todo brasileiro tenha arma de fogo. Esse não é o caminho para pacificar o Brasil. Quem desejar ter uma arma deve seguir a regra e a legislação". O prefeito, então, se solidarizou com as vítimas do atentado em Las Vegas.

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Doria permanece em Belém até domingo. Nesta sexta-feira, ele ainda estará em mais um evento com empresários e depois vai a um coquetel a convite da cantora Fafá de Belém. No sábado, 7, o prefeito participa da procissão de barco no Círio de Nazaré, também ao lado da cantora e de outras celebridades. O tucano também pretende participar da procissão de carro e finalizar o dia assistindo aos festejos na varanda da cantora, um dos locais mais concorridos do Círio.

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