Na China, Temer diz que ‘pequenos embaraços’ na base serão superados

Nova crise com aliados abala a mensagem de estabilidade política que o presidente pretende transmitir a investidores internacionais

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Por Cláudia Trevisan e Fernando Nakagawa - Enviados especiais
Atualização:

XANGAI - O presidente Michel Temer disse na madrugada de hoje estar acostumado a “pequenos embaraços” como a mais recente crise em sua base parlamentar, provocada pela manobra que manteve o direito de exercer cargos públicos da presidente cassada Dilma Rousseff.

Temer chega a Xangai, na China, para participar de encontro do G-20 Foto: Beto Barata/PR

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Segundo ele, com os mandados de segurança no Supremo, a questão deixa de ser exclusivamente política. “Ela sai do plano exclusivamente político para um quadro de avaliação de natureza jurídica, o que convém às instituições brasileiras.”

Temer deu as declarações em Xangai, na China, onde realiza sua primeira viagem oficial desde sua posse na quarta-feira, para participar de encontro do G-20. “Se o Senado tomou essa decisão, certo ou errado, não importa, o Senado tomou a decisão e parece que agora ela está sendo questionada juridicamente”, afirmou o presidente.

A nova crise na base aliada abala a mensagem de estabilidade política que o presidente pretende transmitir a investidores internacionais. “Ontem mesmo, antes de sair de lá, eu falei com companheiros do PMDB, do PSDB, do DEM e essa questão toda estará superada. Não se tratou de uma manobra, mas de uma decisão que se tomou.”

O peemedebista disse que usa mensagem de pacificação e reunificação do País demandará um certo tempo para ser implementada. “Sinto que os brasileiros querem isso”, afirmou. Segundo ele, há pessoas que se “insurgem” contra essa mensagem, mas afirmou que são “um ou outro movimentozinho”.

Acompanhando Temer na visita à China, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), negou que a separação do julgamento do processo de impeachment tenha sido uma manobra. Em sua opinião, será inevitável que a questão seja resolvida pelo Supremo, que estaria dividido sobre o assunto.

“Era natural que posições antagônicas nesse processo final de julgamento viessem à tona, mas elas serão administradas politicamente”, afirmou o peemedebista.

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