Pelo menos 600 sem-terra, incluindo mulheres e crianças, invadiram sábado a Fazenda São Domingos, em Sandovalina, no Pontal do Paranapanema, extremo oeste paulista, para exigir do governo federal rapidez na aquisição da área para a reforma agrária. Ligado ao Movimento dos Sem-Terra (MST), o grupo ergueu barracos na fazenda, considerada terra devoluta desde 2011 pelo Supremo Tribunal Federal (STF), segundo líderes do MST.
Eles acusamn o governo Dilma de ter abandonado o Plano Nacional de Reforma Agrária. Uma boa parte da fazenda foi arrendada pela Usina Umoe Bioenergy para a produção de cana, que começou a ser plantada na semana passada. Os sem-terra são acusados de destruir a plantação após a invasão.
A proprietária da fazenda, Ana Lúcia Paes, registrou Boletim de Ocorrência na delegacia de Sandovalina. Ela também se reuniu com advogados da usina. Ficou decidido que a ação de reintegração de posse será encaminhada à Justiça nesta segunda-feira. Foi a 18ª invasão da Fazenda São Domingos desde que o MST começou a atuar no Pontal do Paranapanema. As invasões nem sempre foram tranquilas como a de ontem. Em 1997, houve reação dos donos e sete sem-terra foram baleados.