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MP analisa vídeos nos quais Arruda afirma ter votos

Por MARIÂNGELA GALLUCCI
Atualização:

O Ministério Público analisa vídeos nos quais o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda afirma ter votos de ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) favoráveis a sua candidatura. Na conversa, ele diz que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso estaria trabalhando para convencer o ministro Gilmar Mendes, que atua no TSE, a liberá-lo para disputar um novo mandato de governador.Está programado para a noite desta terça-feira o julgamento no qual o TSE analisará um recurso de Arruda contra decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do DF que barrou a sua candidatura ao governo do DF. Para os juízes do TRE, Arruda não pode concorrer ao governo porque em 9 de julho o Tribunal de Justiça (TJ) do DF confirmou uma condenação dele por improbidade administrativa.Pela Lei da Ficha Limpa, políticos condenados por tribunais não podem se candidatar. No entanto, Arruda sustenta que a confirmação da condenação ocorreu cinco dias após ele ter pedido o registro da candidatura. Segundo ele, as condições de elegibilidade devem ser verificadas no dia 4 de julho, quando o registro foi solicitado.Fernando Henrique divulgou uma nota sobre o caso. Confirmou que Arruda falou com ele sobre o recurso que será julgado pelo TSE. "Queria que o julgamento ocorresse a tempo de, se favorável, concorrer ao governo de Brasília. Como sempre, sou muito cuidadoso nessas matérias. Apenas indaguei o ministro Gilmar se havia chance de isso ocorrer. Fui informado de que haveria um julgamento anterior que pré-julgaria o caso. Nada mais pedi a ninguém nem nada mais me foi dito", disse.A reportagem procurou Gilmar Mendes, mas ele disse que não se pronunciaria sobre o caso. O julgamento do recurso de Arruda não será o primeiro no qual Mendes se posicionará sobre a Lei da Ficha Limpa. O ministro tem entendido que as condições de elegibilidade devem ser verificadas no momento em que o político pede o registro da candidatura. A reportagem telefonou para o gabinete de João Otávio de Noronha, que também foi citado por Arruda na gravação. Mas, de acordo com assessores, ele não estava. Até a publicação deste texto, Noronha não havia ligado de volta.

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