Rio - O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, voltou a defender nesta quinta-feira, 15, a presidente da Petrobrás, Graça Foster, de envolvimento com a corrupção na estatal e afirmou que a executiva permanecerá no cargo. Recém-empossado, Braga reuniu-se com Graça na terça em Brasília e deu um voto de confiança a toda a diretoria.
Para o ministro, a estatal enfrenta uma “convergência de fatores negativos”.
“Até hoje, não há uma prova sequer contra Graça Foster nem contra esses diretores que aí estão. Não seria justo, vendo o esforço que a Petrobrás está fazendo com seus técnicos e sua diretoria, de recuperação de gestão e eficiência, puni-los sem dar a chance para que apresentem os resultados que a Petrobrás aponta que apresentará”, afirmou Braga em entrevista ao Estado no Rio.
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A declaração de Braga foi dada um dia após Ministério Público Federal sustentar - ao requerer a prisão preventiva do ex-diretor de Área Internacional da Petrobrás Nestor Cerveró - que “não há indicativos” de que o esquema de corrupção na Petrobrás “foi estancado”.
Pela manhã, Braga gravou entrevista para o programa da jornalista Miriam Leitão na GloboNews. Nela, o ministro afirmou que Graça permanecerá no cargo e comandará as investigações sobre os casos de corrupção. Além disso, garantiu que não haverá mais indicações políticas na estatal.
“Posso garantir a você que, se alguma coisa positiva aconteceu com isto que nós estamos vendo, é que a Petrobrás ficou blindada com relação à indicação política”, afirmou Braga à GloboNews.
O ministro passou o dia no Rio em reuniões com a equipe da Empresa de Planejamento Energético (EPE). Braga confirmou ao Estado que o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, seguirá no cargo. Hoje, o ministro segue no Rio, onde se reunirá, ao longo do dia, com a direção da Eletrobrás.
Braga se mostrou otimista com a Petrobrás, destacando que as mudanças no conselho de administração já estão em estudo pelo governo - as alterações foram anunciadas pela presidente Dilma Rousseff no mês passado.
O ministro enalteceu as medidas de reforço no controle interno da estatal, como a indicação de João Adalberto Elek Junior para o cargo de diretor de Governança, Risco e Conformidade e a nomeação de um comitê especial que atuará como interlocutor das investigações internas.
A convergência de fatores negativos mencionada, segundo Braga, “atropelou” a Petrobrás. “Teve a Lava Jato e veio a queda do preço do barril de petróleo.”
‘Saída jurídica’. Ele garantiu que não haverá queda nos investimentos da estatal neste ano. “Os investimentos deste ano estão em curso. O que tem problema nos investimentos é que as empresas que estavam contratadas estão enroladas na Lava Jato. E isso precisa ter uma saída jurídica. Isso traria um prejuízo para o País incalculável”, disse.
O ministro ponderou que a contratação de empresas substitutas depende de licitação e que há outros caminhos, como a assinatura de acordos de leniência ou termos de ajustamento de conduta.
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