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Ministérios preferidos pelos políticos são os mais atingidos

Cidades teve R$ 17 bilhões das verbas bloqueadas; Pesca perdeu 77% de seu orçamento e Ministério do Turismo, 73%

Por Erich Decat
Atualização:

Dois ministérios “políticos” do PMDB foram os mais atingidos proporcionalmente no contingenciamento anunciado ontem pelo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa: Pesca e Turismo. Já em números absolutos, quem mais perdeu foi outro aliado: o ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD): R$ 17,2 bilhões.

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A pasta da Pesca, a primeira no ranking proporcional dos cortes, é comandada por Helder Barbalho, filho do senador Jader Barbalho (PMDB-PA). Sua queda foi de 77,9%. Inicialmente, o volume de dinheiro previsto para a secretaria, que tem status de ministério, era de R$ 736 milhões para este ano. O montante caiu para R$ 162 milhões. O corte representa um valor de R$ 574 milhões.

Já a pasta do Turismo, comandada pelo ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (RN) terá um corte de 73,8%. O total reservado para este ano era de R$ 1,8 bilhão. A tesourada estabelecida pela equipe econômica do governo chega a R$ 1,3 bilhão. Dessa forma, Alves contará com R$ 476 milhões para os próximos meses.

Criadas para atender questões sociais e movimentos ligados ao PT, partido da presidente Dilma Rousseff, as secretarias de Igualdade Racial, Direitos Humanos e o Ministério de Desenvolvimento Agrário viram o orçamento cair para cerca da metade dos recursos previstos no Orçamento. São elas que aparecem na sequência no rol das pastas com maior redução porcentual.

Em números absolutos, quem mais perdeu foi o ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD): R$ 17,2 bilhões Foto: Felipe Rau/Estadão

A Secretaria de Igualdade Racial teve um corte de 55,8% - o total reservado ficou em R$ 30 milhões ante aos R$ 68 milhões iniciais. O orçamento da Secretaria de Direitos Humanos caiu 55,4% - contará com R$ 115 milhões dos R$ 348 milhões previstos. Já o Desenvolvimento Agrário contará com 49,3% do orçamento. Ficou com R$ 1,8 bilhão ante aos R$ 3,7 bilhões iniciais.

Responsável por alguns programa prioritários do governo federal como o Minha Casa Minha Vida, o Ministério das Cidades teve congelados um total de R$ 17,2 bilhões. A pasta é comandada pelo ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que minimizou o impacto do contingenciamento. “O ajuste fiscal não afetará os investimentos prioritários, como já informou o Ministério do Planejamento. Como os programas de infraestrutura - mobilidade e saneamento - compreendem obras de grande complexidade e têm perfil de longo prazo, os empreendimentos terão os respectivos cronogramas mais alongados em relação à previsão inicial”, disse o ministro por meio de nota. “É importante lembrar que a continuação e a fase três do Minha Casa Minha Vida estão asseguradas, pois o valor de emendas limite para execução é suficiente para a continuidade dos empreendimentos”, acrescentou.

Poupados. Os ministérios da Saúde e da Educação, comandado pelo petista Arthur Chioro e pelo filósofo Renato Janine Ribeiro, estão entre aqueles que tiveram porcentualmente os menores cortes. A Saúde contava inicialmente com R$ 103,2 bilhões e passou para R$ 91,5 bilhões, o que representou uma queda de 12,8%. Já a pasta da Educação tinha previstos R$ 48,8 bilhões e ficará com R$ 39,3 bilhões, registrando redução de 19,3%. Somados em números absolutos, porém, ambos tiveram queda de mais de R$ 20 bilhões.

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