O Ministério da Saúde suspendeu nesta quarta-feira, 26, o acordo investigado pela Polícia Federal na Operação Lava-Jato, firmado com a empresa Labogen e a EMS. A suspeita é a de que o contrato, uma Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP), seja uma peça de um suposto esquema de desvio de recursos públicos. A PDP previa a produção de medicamento para tratamento de hipertensão pulmonar, o citrato de sidenafila. O valor do contrato era de R$ 6,2 milhões anuais.
Nas investigações da operação Lava Jato, a Polícia Federal identificou suposto esquema de desvio de recursos públicos. Interceptações telefônicas do doleiro Alberto Yousseff, maior alvo da investigação da PF, trazem indícios de que a empresa poderia ter sido beneficiada graças à ação do doleiro.
Em uma das conversas, ocorrida no dia da assinatura da parceria, o empresário Pedro Argese agradece a participação do doleiro na transação. Num email, do dia 12 de dezembro de 2013, Leonardo Meirelles, o empresário ligado a Youssef, comemora a assinatura do contrato. "Assinamos 1 contrato governo, olha reportagem. Realização sonho!!! 150 mi."
O contrato foi firmado em dezembro de 2013, durante a gestão de Alexandre Padilha, pré-candidato ao governo paulista pelo PT. Ao anunciar a suspensão da PDP, o Ministério da Saúde informou que até o momento nenhum pagamento foi realizado. Um procedimento interno de apuração também foi aberto, de acordo com a pasta.