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Membros do PT no Conselho não serão pressionados, diz líder da sigla na Câmara

Contrariando discurso oficial da direção da legenda, Sibá Machado defende que titulares 'não podem trabalhar sob pressão da bancada nem de ninguém'

Por Daiene Cardoso
Atualização:

BRASÍLIA - O líder do PT na Câmara dos Deputados, Sibá Machado (AC), disse nesta terça-feira, 10, que não haverá enquadramento dos três membros do partido que são titulares do Conselho de Ética para a análise da admissibilidade do processo contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB). 

Contrariando o discurso oficial da direção da legenda, Sibá defendeu que não pode haver pressão sobre os petistas. "(Os titulares) não podem trabalhar sob pressão da bancada nem de ninguém", afirmou. 

O ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha, e o líder do PT na Câmara, Sibá Machado, em março Foto: Ed Ferreira | Estadão

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O discurso do líder vai de encontro com manifestações de deputados do partido que defendem não só a continuidade do processo como uma eventual cassação de Cunha por quebra de decoro parlamentar. "Dane-se a direção. Não há hipótese de enquadramento", disse um dirigente petista nesta terça. Mais da metade da bancada do PT assinou a representação do PSOL e da Rede Sustentabilidade contra Cunha no Conselho de Ética.

Nos bastidores, a cúpula do PT na Casa avalia que a posição de não embate contra Cunha foi acertada e deve continuar para garantir que as matérias de interesse do governo sejam votadas e para não abrir espaço para pauta-bomba ou um início de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT).

Na avaliação dos petistas, a mudança no tom do discurso do PSDB (que já anunciou que seus dois titulares votarão contra Cunha no Conselho) se deve ao fato de que o partido não conseguiu o que queria até o momento e que não vale mais a pena seguir respaldando o peemedebista no comando da Casa. "Está claro que eles não estão ganhando mais nada com essa posição", disse um líder do PT. A análise geral entre os petistas é que a situação de Cunha se agravou após a apresentação de sua defesa em que ele sustenta que é beneficiário de trustes na Suíça e não o detentor de contas.