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‘Me transformei no porta-voz dessa defesa’, diz Carlos Marun

Deputado do PMDB-MS assume defender uma 'causa impopular', em referência ao aliado Eduardo Cunha, a favor de quem ele articula apresentação de uma emenda propondo abrandamento de pena em julgamento

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Por Julia Lindner
Atualização:

BRASÍLIA - Principal aliado de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) é um dos três parlamentares abertamente contrários à cassação, segundo o Placar do Estado. Nos bastidores, ele articula a apresentação de uma emenda propondo uma pena mais branda. Para Marun, o processo é fruto de vingança de adversários. 

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O senhor tem sofrido pressão por ser um defensor de Cunha? É certo que eu defendo neste momento uma causa impopular. E isso obviamente traz alguns problemas, mas sinceramente tenho preferido ficar em paz com a minha consciência. Defendo que deve haver um debate mais profundo, com a devida apresentação de provas, no Judiciário. Por isso defendo a não cassação.

O senhor considera que o julgamento no plenário da Câmara será mais político? Pela legalidade o julgamento deveria continuar sendo pelo fato de ele ter mentido ou não na CPI da Petrobrás. É óbvio que o processo se desvirtuou e muitos deputados vão julgar o Cunha baseados em notícias de jornais, pelas quais ele nem mesmo teve a chance de se defender. Então eu vejo que o julgamento neste momento tende a ser muito mais político do que efetivamente centrado no que está no processo.

Por que o senhor defende uma pena mais branda? Eu entendo que o que aconteceu foi omissão da parte dele em relação a sua vinculação com esse trust e que essa punição merece uma pena, mas não tão grave quanto à cassação.

O senhor acha que ele foi abandonado pelos aliados? Eu não sei se talvez pelo conhecimento que eu tenho do processo, já que a defesa se baseia em questões muito técnicas, e pelo fato de eu não ter medo de defender aquilo que eu acho certo, eu acabei quase que me transformando em um porta-voz dessa defesa. 

Acredita que será possível fazer a defesa na segunda-feira e aprovar uma pena mais branda? Não sei, vamos tentar, não sei se a tese vai ser vitoriosa ou não. Possível vai ser, até porque se virar gritaria eu também sei gritar.

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