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Marun não deve apresentar pedido de impeachment de Barroso a pedido de Temer

Segundo o ministro da Secretaria de Governo, presidente afirmou não querer que a situação transformasse numa ação de governo, pois o pensamento é de 'pacificação'

Por Carla Araujo , Fabrício de Castro , Lu Aiko Otta e Tania Monteiro
Atualização:
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB) Foto: Dida Sampaio/Estadão

BRASÍLIA - O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse nesta quinta-feira que desistiu da ideia de apresentar um impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Roberto Barroso, a pedido do presidente Michel Temer.

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"O presidente entende que não há como, não é o fato de eu me licenciar, e apresentar esse pedido de impeachment na condição de parlamentar, que vai afastar a impressão de que isso seria uma ação de governo", destacou.

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Segundo Marun, Temer colocou que não gostaria que isso se transformasse numa ação de governo, pois neste momento o pensamento do governo é de "pacificação". Apesar de confirmar que não fará mais o pedido enquanto for ministro, Marun repetiu as críticas feitas a Barroso, e disse ter convicção de que o ministro do STF "tem desrespeitado a Constituição nas suas decisões e tem deixado com que suas preferências políticos-partidárias se revelem nas suas decisões". 

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Marun afirmou que o cumprimento da Constituição é o único caminho "para que o Brasil continue avançando" e voltou a dizer que Temer sofre "ataques" e "perseguições". "A perseguição é real. A conspiração contra Temer aconteceu, continua e se agudiza", afirmou, repetindo que na sua avaliação Temer é "o melhor presidente do Brasil por hora de mandato".

O ministro tentou se esquivar de comentar a informação, revelada hoje pelo jornal Folha de S.Paulo, de que a esposa do coronel João Batista Lima Filho, amigo de Temer, pagou em dinheiro vivo uma reforma no apartamento de uma das filhas do presidente. A PF suspeita que a obra tenha sido paga com dinheiro de propina da JBS.

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Lima foi preso por três dias no final de março, alvo da operação Skala. Sua esposa foi intimada a depor. "Não sei se fornecedor de serviço está dizendo a verdade; não tenho como afirmar que isso é verdade", disse.

"Vejo como mais um capítulo da perseguição contra o presidente", completou. Marun disse ainda que é preciso parar de considerar verdade tudo que os delatores falam. "já aprendemos a navegar na tempestade", ponderou. 

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