Marta define com PMDB data de filiação

Senadora, que deixou o PT em abril, e a sigla farão festa no dia 26 de setembro para formalizar adesão

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Por Ricardo Chapola
Atualização:

São Paulo - A senadora Marta Suplicy (sem partido-SP) marcou sua filiação ao PMDB para o dia 26 de setembro. Marta fez o acerto depois de uma conversa realizada anteontem em Brasília com o vice-presidente, Michel Temer, que também é presidente nacional da sigla. O PMDB vai realizar um evento em São Paulo no dia da filiação de Marta e vai contar com a presença dos principais quadros do partido, inclusive Temer. 

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Com o ingresso no PMDB, Marta terá um partido pelo qual vai poder tentar disputar a Prefeitura de São Paulo no ano que vem. Mesmo antes de se filiar, a senadora já vinha se movimentando entre os peemedebistas. Nas últimas semanas, ela realizou uma série de encontros com parlamentares paulistas como parte do acordo fechado em agosto com Temer. Apesar disso, ela não escondeu seu interesse em disputar a Prefeitura. 

A pronta movimentação de Marta no PMDB causou preocupação entre alguns peemedebistas, especialmente no secretário municipal de Educação, Gabriel Chalita, que também pretende se lançar candidato a prefeito. Hoje, o PMDB integra a gestão de Fernando Haddad (PT), mas a aliança se fragilizou na capital paulista quando o partido entrou em crise com o governo Dilma Rousseff, no âmbito federal. Desde então, dirigentes do PMDB não descartam uma eventual candidatura própria em 2016.

A senadora Marta Suplicy Foto: Dida Sampaio/Estadão

 

Marta e Chalita jantaram juntos no fim de semana passado e decidiram que não vão discutir sobre a eleição até o início do ano que vem. “Fechamos um acordo de falar em eleição só no ano que vem. Enquanto isso, ela vai se dedicar ao Senado e eu, à minha gestão na Prefeitura”, disse Chalita ao Estado.

Chalita também aproveitou o jantar para marcar sua posição e expor a Marta seu interesse em disputar a Prefeitura. Segundo ele, a senadora teria topado disputar a vaga para a candidatura na convenção do PMDB. “Ela (Marta) me perguntou se eu gostaria de ser candidato. Eu disse que sim. Acho que é bom para o PMDB que exista uma convenção dos dois. Em princípio, seríamos nós dois como candidatos. Pode até haver outra pessoa, mas em princípio seria isso”, afirmou Chalita.

O ex-governador de São Paulo Luiz Antonio Fleury Filho (PMDB) disse que, a partir de agora, a legenda tem duas possibilidades de candidatura para o ano que vem. “O PMDB terá candidatura própria. E temos hoje dois nomes”, afirmou. 

Marta está sem partido desde abril deste ano, quando se desfiliou do PT. Sua saída da legenda foi o desfecho de uma crise que começou na campanha presidencial de 2014, quando Marta foi preterida pela sigla na disputa pelo governo paulista. O candidato escolhido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha. Ela já havia sido preterida por Lula na disputa pela Prefeitura em 2012, quando o escolhido foi Haddad.

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Em entrevista ao Estado em janeiro, Marta já sinalizava que iria deixar o PT ao afirmar que o presidente do partido, Rui Falcão, “traiu o PT” e que o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, é “inimigo”. “O PT é um partido cada vez mais isolado e que luta pela manutenção do poder. (...) Ou o PT muda ou acaba.”

PSB. Quando Marta entregou sua carta de desfiliação, no dia 28 de abril, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, disse que a parlamentar seria candidata à Prefeitura pelo partido. Ela, que já comandou a cidade de 2000 a 2004, chegou a marcar sua filiação ao PSB por duas vezes, mas as conversas esfriaram antes da mudança se concretizar. No dia 15 de agosto, data para quando estava prevista a filiação de Marta no PSB, a senadora se encontrou com Temer e fechou sua ida para o PMDB.

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