O deputado Alfredo Sirkis (PSB-RJ) anunciou nesta terça-feira, 24,que não vai disputar a reeleição neste ano. A razão da desistência é a aliança firmada entre seu partido e o PT no Rio, que Sirkis classificou de “suruba eleitoral”.
“Sempre fui crítico ao governo (da presidente) Dilma (Rousseff) e ao PT e não posso me beneficiar do quociente eleitoral dos eleitores do PT”, disse. O quociente eleitoral determina quantos deputados cada coligação elegerá. Sirkis argumenta que, sozinho, não alcançaria o número de votos necessários. “Eu dependeria do voto dos eleitores do PT. É um constrangimento, um desconforto. Vou levar meu mandato até o fim. No time de base ambientalista, posso jogar em várias posições e a de deputado não é a minha preferida”, afirmou.
Semana passada, o diretório do PT do Rio fechou aliança com o candidato ao Senado pelo PSB, o ex-jogador e deputado Romário. O PT deve lançar no Estado Lindbergh Farias ao governo. A união entre PT e PSB no Rio foi selada mesmo com as duas siglas sendo adversárias no âmbito nacional, já que o PT trabalha pela reeleição de Dilma e o PSB terá como candidato à Presidência o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos.
Sem apoio. Sirkis tentou viabilizar seu nome ao governo do Rio, mas não recebeu apoio de Campos nem de Marina Silva, sua antiga aliada e pré-candidata a vice-presidente na chapa de Campos. A dupla preferiu lançar o deputado Miro Teixeira (PROS-RJ), que desistiu de concorrer na semana passada, alegando falta de comprometimento do PSB com sua candidatura.
Sirkis não é o primeiro aliado de Marina Silva a desistir de concorrer a um cargo no Legislativo por não concordar com as alianças locais firmadas pelo PSB. Na semana passada, o ex-porta-voz da Rede Sustentabilidade em São Paulo, Célio Turino, retirou sua candidatura a deputado federal sob o argumento de ser contra o apoio da sigla à reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Em carta enviada à imprensa, disse considerar o governo estadual responsável pela “corrupção no Metrô”, o “holocausto educacional” e o “genocídio de jovens pobres das periferias”.
“Não tenho como seguir como candidato a deputado federal, mesmo declarando-me independente e sem qualquer compromisso com a chapa majoritária”, afirmou. O texto traz uma lista do que Turino considera problemas na gestão do tucano: “Não conseguirei fazer uma campanha honesta com a lembrança das imagens em que a Polícia Militar atacava as famílias do Pinheirinho, crianças chorando enquanto tratores derrubavam suas casas e a polícia jogava bombas em seus pais. A desumanidade com que o governo estadual tratou e trata (ou melhor, não trata) os desvalidos da Cracolândia. Ou o holocausto educacional. Ou o genocídio de jovens pobres das periferias. Ou a corrupção no Metrô, cuja obra é a mais cara e lenta de mundo”.
O PSB deve indicar esta semana o nome para ser vice na chapa de Alckmin. O mais cotado é o presidente estadual da sigla, deputado Márcio França. Ex-secretário do tucano, ele trabalhou intensamente para viabilizar a coligação com o PSDB, mesmo contra a vontade de Marina, que desejava lançar candidato próprio no Estado.