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Manuela d'Ávila é provocada por apoiador de Bolsonaro e pede investigação

A pré-candidata também afirmou que suspendeu todas as atividades de sua pré-campanha para defender a liberdade do ex-presidente Lula

Foto do author Daniel  Weterman
Por Daniel Weterman
Atualização:

CURITIBA - A deputada estadual Manuela d'Ávila (PCdoB-RS) foi provocada por um homem que declarou apoio para o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ), também pré-candidato ao Planalto, enquanto participava de um ato em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Lava-Jato, em Curitiba.

Diante do episódio, a deputada insistiu com a Polícia Militar para entrar no prédio da Polícia Federal e pedir esclarecimentos sobre a identificação do "agressor". Foto: Reprodução / Facebook

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Após falar a manifestantes e conceder uma entrevista coletiva à imprensa em frente ao local onde Lula está preso, um homem pediu para tirar uma foto com Manuela. Ao se posicionar para a selfie, ele falou: "Aqui com a pré-candidata Manuela d'Ávila. Bolsonaro 2018", saindo em seguida.

Diante do episódio, a deputada insistiu com a Polícia Militar para entrar no prédio da Polícia Federal e pedir esclarecimentos sobre a identificação do "agressor", como ela classificou o homem que a abraçou. A preocupação, disse, é que ele possa ser um agente da PF, pois teria sido escoltado pela PM para dentro do prédio da Polícia Federal depois do episódio. "Nenhum homem tem direito de tocar no meu corpo", afirmou.

Manuela, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) entraram no local e pediram uma audiência com a Superintendência do órgão, mas foram atendidos por um agente responsável pela segurança, conforme relataram.

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Ao sair do prédio, a pré-candidata afirmou que vai formalizar uma denúncia judicial para identificar quem a provocou. "Como alguém entra, provoca e é escoltado para sair?", questionou. "O meu problema é saber quem é o agressor, como ele tem trânsito livre e entra na PF diante de uma situação concreta?" Ela afirmou que a PF precisa ter pressa em identificá-lo diante da preocupação com a segurança de Lula. "É só essa a preocupação", falou.

Lindbergh e Pimenta acrescentaram que é preciso esclarecer eventuais riscos à segurança de Lula na carceragem. "A gente está preocupado com a segurança do presidente Lula, a gente quer saber o que ele está comendo, o que ele bebe. O que a gente quer esclarecer e descartar é a possibilidade que seja alguém que trabalha aqui dentro", afirmou Lindbergh.

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A Polícia Federal ainda não se pronunciou sobre o episódio.

Apoio. No ato de apoio a Lula, Manuela e os senadores convocaram a militância a soltar gritos de apoio em direção ao prédio onde Lula está e disseram que haverá uma mobilização permanente enquanto o ex-presidente estiver na prisão.

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Há expectativa de que pelo menos sete governadores do Nordeste venham a Curitiba amanhã para prestar solidariedade a Lula. Os aliados tentam negociar com a PF a possibilidade de o ex-presidente receber visitas políticas. 

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Manuela D'Ávila também afirmou nesta segunda-feira, 9, que suspendeu todas as atividades de sua pré-campanha para defender a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela disse que não há como debater propostas de campanha que fujam da discussão sobre a situação do ex-presidente. "Qualquer debate sobre eleição que não passe pela prisão de Lula é equivocado", disse Manuela. "Lula é um preso político, temos que dar nome para o que está acontecendo."

Ela afirmou que não considera a possibilidade de Lula não ser candidato e que dividirá as agendas de mobilização com Guilherme Boulos, pré-candidato ao Planalto pelo PSOL. "É nossa obrigação. Só vamos conversar sobre qualquer bobagem que nos diferencie após o Lula Livre."

Manuela disse que essa mobilização garante que a esquerda estará junto no segundo turno das eleições. Ela também falou que uma rede de denúncia internacional contra a prisão de Lula será organizada. Na sua opinião, a detenção do petista é o episódio mais grave após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

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Em fala aos militantes e com a caixa de som voltada para o prédio da Polícia Federal onde Lula cumpre sua pena, Manuela declarou que não vai se calar enquanto ele estiver preso. "Sabemos que aí dentro sua cabeça segue erguida e seus algozes serão esquecidos", disse, após também criticar o juiz Sérgio Moro, sem citar diretamente seu nome. "Ele é vaidoso mas não abre mão de seu auxílio-moradia."

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Antes de Manuela falar para militantes pró-Lula, parlamentares petistas insistiram na pré-candidatura do ex-presidente. "Vamos libertar o Lula e derrotar os golpistas", declarou o deputado Patrus Ananias (PT-MG). O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) afirmaram que o grupo permanecerá no local até Lula sair da prisão. De acordo com o deputado Zé Geraldo (PT-PA), um acampamento em apoio ao ex-presidente será montado também em Brasília. O partido pressiona o Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter o julgamento que autorizou a prisão de condenados em segunda instância. A expectativa é que o tema volte à pauta na quarta-feira, 11.

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