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Manoel Dias afirma que PDT não sofre 'nenhuma cobrança para sair' do governo

Ministro minimizou problemas com o governo ao ser questionado sobre a postura da bancada da sigla que votou contra as MPs do ajuste fiscal

Por Karla Spotorno (Broadcast)
Atualização:

São Paulo - O ministro do Trabalho, Manoel Dias, afirmou que a participação de seu partido, o PDT, no governo de Dilma Rousseff não significa ir contra o que seus correligionários acreditam. Dias argumentou que o governo federal é plural e foi assim que foi construído há 12 anos pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Questionado sobre o fato de os parlamentares do PDT terem votado contra a vontade do governo nas MPs sobre benefícios trabalhistas e previdenciários, Dias afirmou que o partido vota de acordo com os valores que nutre de forma clara e com o programa partidário conhecido há 60 anos. "Somos um partido socialista", afirmou o ministro em breve entrevista coletiva após ter participado de um almoço com empresários e executivos em São Paulo. Dias afirmou que não sofreu ameaça de ser substituído no Ministério do Trabalho e Emprego e disse que o partido continua no governo enquanto a presidente entender que isso contribui para a gestão do País. O ministro disse que o PDT apoia "a presidente dentro e fora do governo" e divergiu da afirmação de que os projetos da atual equipe de Dilma e do PDT são diferentes. "Na área social e trabalhista, nossos projetos são iguais", disse.

O ministro do Trabalho, Manoel Dias Foto: Fábio Motta/Estadão

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O ministro afirmou que o Programa Nacional de Proteção ao Emprego será discutido no Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho, Renda e Previdência Social, criado por decreto da presidente. Segundo Dias, o fórum pode ser instaurado na semana que vem. O ministro afirmou que ainda falta definir alguns pontos. "O mais complicado é como esse programa vai se financiar", disse. O programa é uma forma de flexibilizar as leis trabalhistas e, em certa medida, regulamentar o que muitas montadoras têm feito sob o nome de lay-off. Pelo programa, as empresas poderão, em tempos de crise, reduzir a carga horária dos empregados sem demiti-los, mas reduzindo em parte os salários, entre outras medidas.

Dias defendeu também que haja uma maior participação dos brasileiros, especialmente dos empresários, na vida política brasileira. Ele argumentou que a CLT é um marco regulatório para as relações do trabalho, mas merece ser debatida permanentemente. E esse debate deve ter a participação do empresariado. "Quem poderia contribuir mais se ausenta porque se criminalizou a vida política. Mas é preciso entender que Brasília reflete o Brasil, e lá tem de tudo: tem gênio, tem desonesto, tem honesto", afirma Dias. "A participação de todos é fundamental", disse.

O ministro também defendeu programas sociais como o Bolsa Família. Em resposta à pergunta de empresários, Dias argumentou que o programa foi lançado em um momento de "necessidade de resgate social". "A gente sabe de abusos, mas não isso quer dizer que o programa não presta. A pessoa (que faz mau uso do programa) é que não presta", afirmou o ministro para uma plateia de pouco mais de 220 empresários e executivos em almoço organizado em São Paulo pela empresa Lide Grupo de Líderes Empresariais.

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