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Manifestantes contra e a favor do impeachment vão às ruas pelo Brasil

Brasília, Rio, Curitiba e Vitória são palcos dos protestos

Foto do author Diego Ortiz
Foto do author José Maria Tomazela
Por Diego Ortiz , Victor Martins , Constança Rezende e José Maria Tomazela
Atualização:

Manifestantes a favor do governo Dilma foram às ruas hoje, 15, protestar contra o início da sessão que analisa o processo de impeachment na Câmara dos Deputados. O MST foi o movimento que mais reuniu pessoas. De acordo com o Movimento dos Sem Terra, 50 mil pessoas ocuparam rodovias em 15 estados brasileiros - 8.100 apenas no Paraná. Já em Vitória, no Espírito Santo, os movimentos Vem pra Rua, Fora Dilma, Ativação e Brasil Ético defenderam o impeachment - 70 pessoas no total fecharam as avenidas Fernando Ferrari, Dante Michelini, Elias Miguel e a ponte de Vila Velha. A manifestação ocorreu de 7 às 9h e travou o trânsito local.  Em Curitiba, na BR-277, um grupo de mais 100 integrantes do MST bloqueou os dois sentidos da rodovia em protesto contra o afastamento da presidente. Pelo Facebook, Débora Nunes, da Coordenação Nacional do MST, justificou que "a relação entre o grupo que conduz o golpe dentro do parlamento e os que conduzem golpes aos trabalhadores e trabalhadoras rurais é direta."

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Favoráveis a continuidade do governo Dilma Rousseff, integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores sem Terra) bloquearam dois pedágios na BR-116, no Norte de Santa Catarina, nesta manhã. Aproximadamente 230 pessoas participaram do ato, que faz parte da Jornada de Lutas e ocorre em todos os estados do Brasil. A abordagem não causou congestionamento. E segundo a concessionária que administra as rodovias, a Autopista Litoral Sul disse que não houve transtornos.  Conforme a PRF, ainda há protestos nas cidades de Monte Castelo, no Norte, e Correia Pinto, na Serra.  Nauro José Velho, integrante da direção do MST, explicou que "esta sexta é um dia de luta pela terra, pela democracia e contra o golpe". Em Porto Alegre, duas caminhadas com destino ao centro da cidade ocorreram na manhã desta sexta-feira, 15, contra o impeachment. O trânsito ficou prejudicado. São integrantes de movimentos sociais, como Fetraf e MTS, além de manifestantes ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT).  Na Bahia, segundo lugar com mais manifestantes, houve paralisação de trabalhadores no Polo Industrial de Camaçari e uma caminhada de sindicatos vinculados à CUT deixou o trânsito lento nas principais avenidas de Salvador.  Cerca de 300 jovens integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) bloquearam nesta sexta-feira (15) a rodovia BR-155, em Eldorado dos Carajás, no sul do Pará. Os manifestantes protestam contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e contra a impunidade do chamado massacre de Eldorado dos Carajás. Em 1996, nesse local, 19 sem-terra foram mortos por policiais militares durante o cumprimento de uma ordem de reintegração de posse. O número de manifestantes foi estimado pela Polícia Rodoviária Federal. O grupo está acampado nas margens da estrada. Com a rodovia totalmente bloqueada entre Eldorado e Marabá, o trânsito está sendo desviado por estradas vicinais. No Rio, cerca de 50 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) fecharam a Rodovia Presidente Dutra, sentido São Paulo, na altura do município de Piraí, na manhã desta sexta-feira. A interdição começou por volta das 9h e durou até às 10 horas. Eles protestaram contra o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.  Em São Paulo, os protestos começaram por Diadema, na Rodovia dos Imigrantes, onde cerca de 100 pessoas fecharam a pista das 7h às 7h50, gerando sete quilômetros de congestionamento. Outros 100 manifestantes, segundo a PM, bloquearam a pista da Rodovia Anhanguera na altura do km 313. A pista ficou fechada por uma hora. Integrantes do MST também se manifestaram contra o impeachment em Itupeva e Ourinhos. Na primeira, 100 pessoas (de acordo com a PM) fecharam a SP-258 com tratores e máquinas agrícolas. A pista ficou fechada das 8h às 10h. Já em Ourinhos, seis ônibus ficaram atravessados na pista enquanto 200 pessoas lançaram gritos de ordem a favor do governo. A BR-153 ficou fechada das 8h às 12h gerando três quilômetros de congestionamento.  Em São Carlos, a Rodovia Washington Luís foi invadida por 50 estudantes e componentes de movimentos sociais. Pneus foram queimados e o trecho da SP-310 teve um engarrafamento de três quilômetros, que durou cerca de 30 minutos. Na Capital, a Marginal Tietê ficou bloqueada por uma hora no sentido da Rodovia Castello Branco. Manifestações também aconteceram no Viaduto do Chá e na Avenida Paulista, em três faixas no sentido Paraíso. Como Dilma fará um pronunciamento hoje às 20h, a Polícia Militar espera que haja mais protestos na Paulista logo após a fala da presidente.  Também houve protestos em  Ribeirão Preto. Integrantes do MST ocuparam as pistas da Rodovia Anhanguera (SP-330). 

A sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) quase foi invadida em Brasília. Cerca de 100 integrantes de movimentos sociais forçaram as portas por 20 minutos, mas a PM chegou a tempo e conseguiu impedir a entrada. Em Minas Gerais, 300 pessoas incendiaram pneus e fecharam a BR-050 na altura de Uberlândia por uma hora. A 850 quilômetros dali, a BR-116 também foi bloqueada na altura de Governador Valadares das 8h às 11h30. A Polícia Militar não fez a contagem deste protesto.  Em Belo Horizonte, cerca de 600 pessoas participaram hojede ato contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Além de alunos, também fizeram parte do protesto professores e integrantes do corpo técnico da escola, conforme informações do Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino (Sindifes-MG). "Apesar do sol forte estávamos todos firmes na luta contra o golpe que está em curso no país", disse a coordenadora-geral do sindicato, Cristina del Papa. Professores dos cursos de direito, comunicação e engenharia fizeram discursos de apoio ao governo.

Em nota, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) informou que "não há manifestações programadas para hoje. Apenas reuniões internas de diretores e com trabalhadores em fábricas". Já o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, afirmou que "não está acompanhando nada, que está muito indignado". A Favor. Em Vitória, no Espírito Santo, há relato de passeatas a favor do impeachment. Esses grupos protestam na Praia de Camburi, em frente à Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), no centro da cidade e no acesso à Terceira Ponte, sentido Vila Velha-Vitória.

No domingo, uma cerca de metal no gramado em frente ao Congresso vai separar os manifestantes. O grupo a favor do impeachment, convocado principalmente pelo Vem Pra Rua, Movimento Brasil Livre (MBL), Revoltados On Line e Aliança Nacional dos Movimentos Democrático, ficará do lado direito. Já os manifestantes a favor do governo, liderados pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, ficarão à esquerda da barreira. COLABORARAM: Aline Torres, Leonardo Augusto, 

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