PUBLICIDADE

Maluf defende Temer na CCJ e questiona experiência de Maia para governar o País

Condenado por lavagem de dinheiro, deputado do PP-SP disse que denúncia contra presidente é 'vazia'

Foto do author Julia Lindner
Por Julia Lindner e Daiene Cardoso
Atualização:

Brasília - O deputado Paulo Maluf (PP-SP) foi o primeiro a discursar em defesa do presidente Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) desta quarta-feira, 12, destinada aos debates sobre a denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República contra o peemedebista por corrupção passiva. "Conheço Temer há 35 anos e em 35 anos de convivência não dá para a gente se enganar. Temer é um homem honesto, probo, correto e decente que está sendo acusado de maneira absolutamente imprópria", declarou Maluf, que foi condenado este ano, no Brasil e na França, por lavagem de dinheiro. A defesa do deputado recorre das decisões.  

O deputado avaliou que a denúncia contra Temer é "vazia". Maluf defendeu que os parlamentares "larguem de hipocrisia" e rejeitem o parecer pela admissibilidade do processo "pelo bem do País". Ele disse que, se o peemedebista pediu dinheiro ao partido, "não fez mais do que a sua obrigação" como presidente da legenda. "Se eventualmente Temer ajudou o partido pedindo algum recurso, nada mais fez do que sua obrigação, mas posso garantir que ele não adicionou nenhuma propriedade ao seu patrimônio com dinheiro público", afirmou. Ele também criticou o acordo de delação premiada firmado pela PGR com o empresário Joesley Batista, dono da JBS, e posteriormente homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Para Maluf, Joesley "induziu conversa (com o presidente) em que não teve absolutamente nenhum tipo de crime". "O melhor cargo que existe é o do procurador da República", ironizou Maluf, fazendo referência ao salário e a benefícios da função. "Temer é vítima de um complô, pois os criminosos não estão no Palácio, são aqueles que assaltaram a Nação e compraram frigoríficos do mundo inteiro com dinheiro do Brasil", afirmou sobre os donos da JBS.Maia. Maluf lembrou que, caso Temer seja afastado, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), assumiria a função por até 180 dias até o julgamento. "Vamos interromper isso aqui e colocar Maia na Presidência?", questionou. Ele recomendou que Maia adquira "mais experiência para administrar o País". "Maia deveria ser prefeito, ser governador do Rio de Janeiro, ter um pouco de experiência de praticidade no Executivo, para depois comandar o Brasil." 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.