Major condenado pelo Massacre de Carajás é preso no Pará

Policial respondia por processo em liberdade; mandado de prisão foi expedido na segunda-feira

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Por Redação
Atualização:

SÃO PAULO - O major da Polícia Militar José Maria Pereira de Oliveira se apresentou na manhã desta terça-feira, 8, na prisão do Centro de Recuperação Especial Anastácio das Neves, no município de Santa Izabel, no Pará. O policial militar foi condenado a 158 anos e 4 meses de prisão.

 

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De acordo com informações da assessoria de imprensa do Sistema Penal do Estado, o major chegou à penitenciária acompanhado de seu advogado, José Arnaldo Gama, por volta das 10 horas desta terça. Outro militar, o major e o coronel Mário Colares Pantoja, foi detido na tarde da segunda-feira, 7 e condenado a 258 anos de prisão.

 

Ambos foram condenados há dez anos, como mandantes do massacre de Eldorado dos Carajás, que assassinou 19 sem-terra em 1996. Os mandados de prisão foram expedidos na última segunda-feira, 7, pelo juiz Edmar Pereira da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Belém, de acordo com o Tribunal de Justiça do Pará.

 

O processo contra os militares transitou em julgado no mês de abril e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que a sentença fosse "imediatamente cumprida". Ontem, o Tribunal de Justiça do Pará decretou a prisão dos dois militares.

 

Os militares respondiam em liberdade por força de habeas corpus obtido junto ao Supremo Tribunal Federal. Esgotaram durante estes anos todas as possibilidades de recursos contra as sentenças condenatórias, as últimas no Superior Tribunal de Justiça, sendo todos negados, resultando em trânsito em julgado, isto é, sem direito a qualquer outra forma de recurso, informa o Tribunal de Justiça do Estado.

 

Massacre

 

De acordo com informações divulgadas pela pasta, o coronel Mário Pantoja comandou a tropa envolvida na morte dos trabalhadores rurais, que haviam bloqueado o km 96 da Rodovia PA-150 em protesto, no dia 17 de abril de 1996. Cerca de mil e quinhentos sem-terra participavam do protesto, afirma o Tribunal de Justiça.

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Conforme depoimentos, os membros da manifestação foram cercados pelos policiais militares que teriam atirado à queima-roupa nos manifestantes, ocasionando a morte de 19 e ferimento em outros 70.

 

O coronel Mário Pantoja era ao comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar de Marabá e o major José Maria Oliveira comandava a Companhia de Policiamento de Parauapebas. 

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