Maia prevê dificuldades de financiamento de campanhas de 2018 sem reforma no sistema eleitoral

Presidente da Câmara se reuniu com parlamentares na manhã desta quinta-feira, 20, para traçar as linhas gerais dos trabalhos da comissão especial que tratará do tema na Casa

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Por Daiene Cardoso e colaborou Igor Gadelha
Atualização:
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) Foto: André Dusek/Estadão

BRASÍLIA - Ao defender uma nova Reforma Política, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta quinta-feira, 20, que a medida vem para "refundar" o sistema eleitoral brasileiro e que algumas propostas poderão ser votadas neste ano. Maia enfatizou que a mudança é urgente porque, com os recursos do fundo partidário, não é possível financiar as eleições gerais de 2018.

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"Ou nós vamos mudar o sistema ou escrevam aí: daqui a pouco vai se precisar de mais dinheiro público para financiar as eleições. Ninguém está se dando conta disso", alertou.

Maia se reuniu na manhã desta quinta-feira, 20, com parlamentares para traçar as linhas gerais dos trabalhos da comissão especial criada para tratar do tema na Casa. Caberá à Câmara formular propostas que alterem o sistema eleitoral e o modo de financiamento de campanha. Também há proposta para a criação de uma "lei orgânica dos partidos". O presidente da Câmara disse duvidar que o Senado retome o financiamento empresarial na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) em discussão naquela Casa.

O deputado pregou a redução dos custos de campanhas eleitorais e disse que com R$ 1 bilhão destinado anualmente ao fundo partidário, não é possível bancar eleição para presidência da República, governo estadual e legislativo. "Se não criarmos um modelo que seja mais legítimo e mais barato, vamos ter problemas daqui a dois anos", observou.

A comissão especial na Câmara deve ser instalada na próxima semana. O presidente do colegiado será o peemedebista Lúcio Vieira Lima (BA) e o relator será o petista Vicente Cândido (SP).

Reforma da Previdência. Maia voltou a defender que o governo revele à população a herança de desequilíbrio fiscal deixada pelo governo anterior e o déficit crescente da Previdência. "Ninguém quer reformar (a Previdência) para tirar direito de ninguém, mas o que a gente não pode é mentir para a sociedade", declarou o parlamentar, pregando coragem para enfrentar os problemas previdenciários.

O deputado citou como exemplo os servidores do Rio de Janeiro, que pagaram a aposentadoria e hoje o fundo de previdência do Estado não tem recursos para garantir os benefícios. "Não tenham dúvida: acontecerá a mesma coisa se ela (Previdência) não for reformada. Não é uma questão de querer, é uma questão de necessidade. O Brasil precisa reformar porque, neste modelo, a Previdência e o Estado brasileiro vão ficar insolventes. Essa que é a verdade", insistiu.

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O presidente da Câmara disse que as manifestações contrárias à reforma são legítimas, mas que os parlamentares não podem mentir para a população. "A Previdência é um déficit que não tem mais solução, já está dado. Defendo a Reforma da Previdência não porque eu acho que ela é boa, mas acho que ela é necessária", destacou.

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