BRASÍLIA - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ao Estado/Broadcast Político que manterá a sessão plenária desta quarta-feira, 25, em que está marcada a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer, mesmo com o problema de saúde ao qual o chefe do Executivo foi acometido nesta tarde.
Maia disse acreditar que o governo conseguirá mobilizar quórum suficiente de 342 deputados no plenário para que a votação, de fato, possa começar. Com cerca de 120 dos 513 deputados da Casa, a oposição segue sem registrar presença no plenário para tentar provocar o adiamento da votação.
Para acalmar os ânimos após a notícia do estado de saúde do presidente, o líder do governo na Casa, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), declarou no microfone que o presidente passou por um "procedimento de rotina". "A orientação que temos é de tocar a sessão, porque ele (Temer) se encontra absolutamente bem", afirmou Ribeiro após conversar com o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil).
+ AO VIVO: Acompanhe a votação na Câmara da segunda denúncia contra Temer
Em conversa com jornalistas, o líder e outros deputados governistas garantiram que Temer voltará em breve ao Palácio do Planalto. "Não tem razão para se preocupar", reforçou.
+ Deputados da base também evitam registrar presença para votar denúncia contra Temer
Outro aliado de Temer, o deputado Beto Mansur (PSB-SP), no entanto, foi surpreendido pela notícia e disse ter conversado com o presidente por volta das 13h30. Segundo Mansur, Temer estava bem minutos antes da notícia sobre o mal estar, sem mencionar nenhum tipo de exame.
+ Oposição monta plenário paralelo em protesto pelo adiamento da votação
O deputado Carlos Marun (PMDB-MS), admitiu que a situação deixa os aliados "preocupados", mas que preferia obter mais notícias para se pronunciar. "O presidente deve ter tido algum tipo de indisposição e foi fazer exames", afirmou.
+ Custo de denúncias contra Temer alcança R$ 32,1 bi
No plenário, alguns deputados, como Miro Teixeira (REDE-RJ), cobrou que um boletim médico seja divulgado pelo Planalto. O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) criticou a cobrança e disse que Teixeira agiu com teatralidade ao dizer que a situação seria grave. "Não tem gravidade, o presidente está voltando para o Planalto." (Julia Lindner, Igor Gadelha e Isadora Peron)