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Maia diz que definirá na próxima semana data de votação sobre Cunha

Presidente da Câmara afirma que sessão deve acontecer 'com certeza' antes das eleições, mas após a votação da proposta de renegociação da dívida dos Estados, prevista para a terceira semana de agosto

Por Erich Decat
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou na quarta-feira, 3, que irá marcar uma data definitiva para o julgamento do processo de cassação do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na próxima semana. Maia anunciou na terça-feira, 2, que na próxima segunda, 8, pretende ler em plenário o processo de perda de mandato do peemedebista.

O presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) Foto: André Dusek|Estadão

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Após 48h da leitura, o caso de Cunha passa a tramitar como "prioridade", mas não tem o poder de trancar a pauta de votação. "Vou fazer a leitura segunda-feira e com calma na semana que vem vou dar a data", ressaltou Maia ao deixar a Câmara. Segundo ele, apesar do esvaziamento da Casa nas próximas semanas em decorrência da disputa municipal, a expectativa é de que ao definir o dia da votação do processo haverá quórum suficiente para o julgamento.

Para que Cunha perca o mandato são necessários ao menos 257 votos a favor do parecer aprovado pelo Conselho de Ética da Câmara. "Na hora que eu marcar vai dar quórum. Deu quórum ontem no meio das convenções, deu 430 deputados", afirmou. "Será antes das eleições com certeza. Isso não tenho dúvida nenhuma", emendou.

Renegociação. Maia também ressaltou que o caso de Cunha só será tratado após a votação da proposta de renegociação da dívida dos Estados. Na véspera do recesso no Legislativo, a votação do projeto era considerada como "tranquila", "sem maiores problemas" por lideranças do governo e da base aliada, o que não se viu nos últimos dois dias.

O próprio relator do texto, deputado Esperidião Amin (PP-SC), teceu várias críticas ao parecer elaborado e encaminhado pela equipe econômica para discussão dos deputados. Sem consenso, o texto deve voltar ao centro do debate na próxima semana. Na véspera da decisão de se adiar a votação, o líder do governo na Câmara, deputado André Moura (PSC-SE), admitiu em conversa com o Estado que mesmo que o texto base fosse votado nesta semana, a conclusão só ocorreria na próxima semana, quando seriam discutidas as 209 emendas que sugerem mudanças no relatório. Com o adiamento da votação do texto base, a conclusão da votação também deve ser empurrada para a terceira semana de agosto. "Antes do 257 (projeto da dívida do Estado) não será votado o caso do Cunha", ressaltou Maia.

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