PUBLICIDADE

Lula se reúne com conselho de seu instituto em SP

Expectativa é que encontro aborde a estratégia de defesa do ex-presidente nas investigações que envolvem o sítio frequentado pela família dele em Atibaia; advogado que defende filho do petista na Zelotes também participa da reunião

Por Ricardo Galhardo e Ana Fernandes
Atualização:

Atualizada às 15h13

PUBLICIDADE

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está reunido desde as 10 horas desta sexta-feira, 12, na capital paulista, com integrantes do conselho do Instituto Lula. Além da diretoria, o conselho, que tem amigos e aliados do ex-presidente, conta ao todo com 36 integrantes.

No início da tarde, chegaram para a reunião o advogado criminalista Cristiano Martins, que defende Luiz Cláudio Lula da Silva, filho de Lula, nos processos da Operação Zelotes. Cristiano chegou ao lado do sogro, Roberto Teixeira, que é compadre do ex-presidente e integrante do conselho.

A chegada dos advogados aumentou a expectativa dos presentes para ouvir de Lula mais claramente qual será sua estratégia de defesa em meio à crescente onda de notícias do uso dele de um sítio em Atibaia - que teria sido reformado por empreiteiras investigadas na Lava Jato. A força-tarefa da operação apura as relações de Teixeira com a compra e a reforma do sítio. O negócio foi formalizado no fim de 2010, no escritório do advogado, na capital paulista, conforme revelou o Estado com base nas escrituras de compra e venda da propriedade.

O presidente do PTRui Falcão e o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva Foto: ANDRE DUSEK|ESTADAO

Uma fonte ouvida pelo Broadcast Político - serviço de notícias em tempo real da Agência Estado -, no entanto, relatou que Lula disse enfaticamente, no meio do encontro, que não discutiria ali "questões pessoais", apenas temas ligados ao instituto, em uma tentativa de se fechar para questionamentos ligados ao sítio.

Ao chegar à reunião, a socióloga Maria Victoria Benevides afirmou que as as investigações envolvendo Lula fazem parte de uma "justiça seletiva". "É um evidente exemplo do que é uma justiça seletiva, personalista, a justiça por interesses político eleitorais. Ou seja, não é justiça", disse. 

Também participam do encontro o presidente do PT nacional, Rui Falcão, o ex-presidente do PT-SP Paulo Frateschi, o deputado federal Arlindo Chinaglia (SP) e o ex-presidente da CUT Artur Henrique, dentre outros.

Publicidade

A reunião estava marcada desde o ano passado para decidir o planejamento do instituto para 2016. Há expectativa, no entanto, que seja discutida a estratégia de defesa de Lula nas investigações que envolvem o sítio que o ex-presidente frequentava em Atibaia - a Lava Jato apura se empreiteiras que participaram do esquema de desvios na Petrobrás bancaram a reforma da propriedade.

PT e Planalto. Como revelou o Estado na edição desta sexta-feira, o PT e o Palácio do Planalto esperam uma resposta mais clara do ex-presidente para rebater acusações e defender o líder maior do partido de forma mais enfática

De acordo com integrantes do governo, a presidente Dilma Rousseff tem dito que está disposta a ajudar Lula, mas alega que não poderia fazer muita coisa além de manifestar solidariedade ao seu antecessor enquanto ele próprio não apresentar uma explicação definitiva para o caso. 

PUBLICIDADE

Na direção do PT existe consenso de que proteger Lula é proteger o PT. Rui Falcão gravou um vídeo e publicou um texto em sua defesa, um ato de solidariedade foi marcado para a comemoração de 36 anos da legenda, dia 26, no Rio, e dirigentes têm tomado iniciativas pessoais em favor do ex-presidente. Mas até agora Lula não deu uma posição ao partido sobre as suspeitas. 

Alguns integrantes do partido passaram a lembrar que o próprio Lula não defendeu de forma explícita companheiros condenados no caso do mensalão e que o sítio em Atibaia é uma questão pessoal, não partidária. As avaliações de que Lula e seu entorno subestimaram as suspeitas são cada vez mais comuns. 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.