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Lula é criticado por dizer que Jesus se aliaria a Judas no Brasil

'Se Jesus viesse para cá, e Judas tivesse votação, Jesus teria de fazer coalizão com Judas', disse o presidente

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Por Rodrigo Alvares
Atualização:

Políticos de todas as esferas e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) condenaram nesta quinta-feira, 22, declaração na qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou a tradição bíblica para justificar as alianças de seu governo. "Jesus escolheu os apóstolos, mas pagou o preço", disse o senador Pedro Simon (PMDB-RS), em entrevista ao estadao.com.br.

 

Em entrevista publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, Lula disse que, "se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão".

 

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De acordo com Simon, Lula "não tinha a obrigação de governar com essa composição política". "Se Lula convidasse Jesus para seu governo, teria de tirar muita gente que está com ele agora", acrescentou.

 

Potencial candidato do PSDB à Presidência da República, o governador de São Paulo, José Serra, também ironizou a declaração. Questionado se concordava que uma aliança entre Jesus e Judas seria necessária para 2010, Serra respondeu: "Não sei. Quem fala com Cristo pode perguntar a ele."

 

Pressionado, Serra fez apenas um breve comentário sobre a entrevista do presidente. "Mostra bem o que é o Lula. De ponta a ponta, na forma e no conteúdo."

 

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) teceu críticas em seu perfil no Twitter às declarações. De acordo com o parlamentar, "o presidente disse que no Brasil, Jesus faria acordo com Judas. Jesus poderia perdoar Judas, fazer acordo jamais".

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"Quando os políticos dizem que na política Jesus faz acordo com Judas, eles acham que os eleitores são todos Pilatos", ironizou o senador. Ele também ressaltou que "quando o presidente da República diz que na política Jesus faz acordo com Judas, ele esta dizendo para os jovens idealistas se afastarem da política".

 

Também pelo microblog, o deputado federal Ronaldo Caiado ironizou os partidos que compõem a base aliada: "Como PP, PMDB, PR e PTB estão se sentido depois que foram considerados Judas pelo presidente Lula?".

 

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), por sua vez, manifestou-se sobre a entrevista durante a inauguração de uma escola estadual na tarde desta quinta-feira: "O presidente quis justificar suas alianças. Aqui na Prefeitura de São Paulo, eu não faço aliança a qualquer custo".

 

Ao ser questionado sobre a afirmação do presidente, o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), D. Geraldo Lyrio, afirmou: "Estamos tão mal assim?"

 

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Na entrevista, Lula também comentou sobre o apoio que deu ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). "A manutenção do Sarney era questão de segurança institucional. O Senado está calmo", disse. "A queda do Sarney era o único espaço de poder que a oposição tinha. Aí, ao invés de governabilidade, iam querer fazer um inferno neste país. Foi correta a decisão de manter o Sarney no Senado."

 

Questionado sobre o papel da imprensa no Brasil, Lula foi enfático: "Não acho que o papel da imprensa é fiscalizar. O papel é informar. A imprensa tem de ser o grande órgão informador da opinião pública. Essa informação pode ser de elogios ao governo, de denúncias sobre o governo, de outros assuntos. A única que peço a Deus é que a imprensa informe da maneira mais isenta possível, e as posições políticas sejam colocadas nos editoriais".

 

Com informações de Lígia Formenti e Carolina Freitas, da Agência Estado

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