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Lula diz que telegramas vazados pelo Wikileaks são 'insignificantes'

Presidente diz que prefere acreditar em ministro a dar crédito a comunicado de um embaixador americano.

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Por BBC Brasil
Atualização:

Para Lula, comunicados sobre o Brasil não merecem ser levados a sério O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira que os telegramas diplomáticos vazados pelo site Wikileaks são "insignificantes" e que não merecem ser "levados a sério". Desde segunda-feira o site vem divulgando uma série de correspondências realizadas nos últimos com comentários de diplomatas americanos sobre diversos governos, dentre eles o Brasil. Os documentos trazem, por exemplo, uma descrição da política externa brasileira como "antiamericana", além de críticas à legislação brasileira por não tipificar o crime de terrorismo. "As coisas que eu vi sobre Brasil são tão insignificantes que não merecem ser levadas a sério", disse o presidente, após participar de um evento no Maranhão. De acordo com reportagem publicada nesta terça-feira pelo jornal Folha de S. Paulo, um dos telegramas descreve um almoço entre o embaixador dos Estados Unidos em Brasília, Clifford Sobel, e o ministro da Defesa, Nelson Jobim. Segundo o jornal, Jobim teria contribuído para "reforçar" a imagem "antiamericana" da diplomacia brasileiro por meio da afirmação de que o ministro Samuel Pinheiro Guimarães, então secretário-geral do Itamaraty, "odeia os Estados Unidos". "Não sou obrigado a acreditar num telegrama de um embaixador americano em vez do meu ministro", disse o presidente. Por meio de nota, Jobim admitiu ter conversado com o embaixador americano sobre Pinheiro Guimarães, mas que na ocasião teria descrito o diplomata brasileiro como um "nacionalista, um homem que ama profundamente o Brasil". Percepção O chanceler Celso Amorim também minimizou o teor dos telegramas. Segundo o ministro, que está em visita a Washington, os documentos refletem "percepções subjetivas" da diplomacia norte-americana. "Muita gente tem percepção formada na Guerra Fria e não percebe um mundo novo, multipolar. Mas isso nao quer dizer que não sejamos amigos dos Estados Unidos", disse o ministro, que está na capital americana para receber um prêmio da revista Foreign Policy como 6º maior pensador global. Sobre a o encontro entre Jobim e Sobel, Amorim disse que todo desejo de qualquer embaixador é "passar por trás do Itamaraty". "E nós até deixamos e acompanhamos, para ver o que está acontecendo", acrescentou. O motivo, segundo ele, está no fato de o Ministério das Relações Exteriores ser o "principal guardião" da soberania brasileira. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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