Lista de Fachin 'é impactante', diz ministro da Justiça

Osmar Serraglio reage à divulgação da relação de inquéritos autorizados pelo relator da Lava Jato no Supremo

PUBLICIDADE

Por Igor Gadelha
Atualização:

BRASÍLIA - O ministro da Justiça, Osmar Serraglio, avaliou nesta quinta-feira, 20, como "impactante" a lista de inquéritos contra parlamentares, ministros do governo e outros políticos autorizados pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), com base nas delações da Odebrecht.

Presidente Michel Temercondecora o ministro da Justiça Osmar Serraglio no Palacio do Itamaraty Foto: Beto Barata/PR

PUBLICIDADE

"É impactante. A imprensa, durante cinco dias, falando dia e noite, você não acha que vai impactar?", afirmou em entrevista exclusiva ao Broadcast Político, serviço de notícia em tempo real do Grupo Estado. Foi a primeira vez que o ministro comentou publicamente a lista de Fachin, antecipada com exclusividade pelo Estado em 11 de abril.

A pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), Fachin autorizou abertura de inquéritos contra oito ministros do governo Michel Temer, 24 senadores, entre eles o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e 39 deputados, sendo um deles o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Embora tenha avaliado a lista como impactante, Serraglio, que é deputado licenciado, disse ter a "impressão" de que o impacto dela nas votações do Congresso não foi tão grande. "Dá impressão que não afetou tanto. A base está unida, veja a votação ontem (quarta) da reforma trabalhista. É sinal de que o impacto não foi tanto, por enquanto", disse. Nessa quarta-feira, o plenário da Câmara aprovou o regime de urgência para tramitação da reforma trabalhista por 287 votos a 144. O governo obteve vitória na segunda tentativa. Na primeira votação, a urgência tinha sido rejeitada - foram 230 votos a 163, quando eram necessários no mínimo 257. O ministro da Justiça disse que a maioria dos nomes revelados pela lista "já eram conhecidos". "Pode ter um ou outro bagrinho que a imprensa não divulgou", afirmou, ressaltando que não se trata ainda de processos penais. "O que o ministro está fazendo é autorizando investigação, não é um processo penal".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.