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Ligações de Levy fizeram Eunício adiar votação de PL das desonerações

Após um dia de intensas negociações, relator da proposta no Senado atendeu aos apelos do ministro da Fazenda

Por Ricardo Brito
Atualização:

Brasília - Dois telefonemas do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para o relator do projeto de lei que trata do fim da política de desonerações e líder do PMDB do Senado, Eunício Oliveira (CE), fizeram com que o parlamentar pedisse aos colegas da Casa o adiamento da votação do seu parecer à proposta. Ele iria apresentar seu texto nesta terça-feira, 18, mas, diante dos apelos de Levy, pediu aos colegas prazo até quarta-feira.

Após um dia de intensas negociações, com a presença de representantes de setores empresariais no Congresso, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que a decisão de Eunício de propor a retirada de pauta para tentar fechar um acordo foi o melhor passo.

O ministro da Fazenda Joaquim Levy Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

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Eunício, que vai conversar com o ministro da Fazenda antes de apresentar seu texto, afirmou que a base da negociação de última hora será "no mínimo" o texto que veio da Câmara. Os deputados instituíram tratamento tributário diferenciado para quatro setores - comunicação social, transportes, call center e calçados -, assim como os itens da cesta básica.

O peemedebista disse que quer discutir com Levy uma eventual ampliação da política de desonerações para outros setores. "Estou fazendo uma discussão para tentar ampliar, mas nunca para restringir o número de setores", afirmou. "Pode não mudar nada", ressalvou ele.

Eunício, contudo, rechaça aceitar qualquer articulação, conforme antecipou o Broadcast na semana passada, feita pelo governo a fim de que fosse apresentado uma emenda de redação ao projeto. Isso permitira que o texto aprovado pela Câmara fosse reescrito a fim de isolar as alterações propostas pelos deputados.

A medida permitiria que a presidente Dilma Rousseff conseguisse fazer um veto "cirúrgico", atingido apenas os setores que receberam tratamento diferenciado. 

Mesmo antes da reabertura das discussões sobre a proposta, a oposição já disse que votará não contra o texto que veio da Câmara.

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