Líderes partidários evitam comentar suspeita de 'pedágio' na Alesp

Parlamentares da base e do governo do legislativo paulista não quiseram falar sobre o caso divulgado nesta segunda pelo 'Estado'

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Por Ricardo Chapola
Atualização:

São Paulo - Líderes dos partidos da situação e da oposição da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) evitaram comentar nesta segunda-feira, 24, a suspeita de que funcionários da Casa pagariam "pedágio" a parlamentares. Pelo menos dois deputados do DEM teriam sido beneficiados, conforme investigação aberta pelo Ministério Público revelada nesta segunda-feira pelo Estado e pela Rádio Estadão.

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"Estamos aguardando maiores informações sobre a denúncia, que é grave, para ver que então possamos nos posicionar", afirmou o líder da bancada do PT na Assembleia, deputado João Paulo Rillo.

Representantes da base governista também preferiram não comentar sobre a denúncia que já está sendo investigada pelo Ministério Público Estadual. "Não tenho conhecimento disso. Não tenho o que falar", disse o líder do governo, deputado Barros Munhoz.

O presidente da Assembleia, Samuel Moreira (PSDB), não se manifestou. Ele foi procurado antes e depois de divulgada a reportagem da Rádio Estadão.

O Ministério Público Estadual decidiu abrir investigação após denúncias feitas por ex-servidores da Assembleia. Um deles, que trabalhou por nove meses na Casa durante a atual legislatura, relatou o esquema à Justiça. Segundo o depoimento da testemunha, cujo nome está mantido sob sigilo, tinha como destino final deputados estaduais.

A procuradoria ouviu outros cinco funcionários que permanecem no Legislativo paulista. Sob condição de terem seus nomes mantidos sob sigilo, todos confirmaram o pagamento, apelidado internamente de "rachid" e também conhecido como "pedágio".

A principal testemunha ouvida pelo Ministério Público detalhou ao Estado que, primeiro, o dinheiro era repassado a Andre Pinto Nogueira, citado como a ponte entre os funcionários e os deputados Edmir Chedid e Aldo Demarchi, ambos do DEM.

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André Pinto Nogueira é servidor comissionado e ganha cerca de R$ 18 mil por mês. Ele está lotado na 2.ª Secretaria da Assembleia, comandada por Chedid. Antes, ele trabalhou no gabinete de Demarchi.

A assessoria do líder da bancada do DEM na Assembleia, Estevam Galvão, informou que o deputado não vai comentar sobre a denúncia por se tratar de uma "situação particular" de outros dois parlamentares. Segundo a assessoria, o deputado responde pela bancada no exercício e a questão tratada foge desses critérios.

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP) informou por meio de nota que, ao saber da reportagem do Estado encaminhou ofício ao promotor responsável pela investigação no MP, solicitando acesso aos dados da denúncia. "A Presidência da ALESP reitera seu permanente compromisso com a transparência e o rigor no trato das questões públicas."

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