PUBLICIDADE

Líder do PMDB diz que nova delação ajuda a consolidar impeachment

Peemedebista, no entanto, não quis comentar as novas suspeitas sobre o presidente do Senado, Renan Calheiros; Randolfe defende cassação de chapa

PUBLICIDADE

Por Igor Gadelha
Atualização:

BRASÍLIA - O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), afirmou neste sábado que as declarações do empreiteiro Marcelo Odebrecht sobre a presidente afastada Dilma Rousseff ajudam a "consolidar" o impeachment da petista.

PUBLICIDADE

Segundo reportagem da revista IstoÉ, em acordo de confidencialidade com a Operação Lava Jato, Odebrecht afirmou que Dilma teria pedido pessoalmente uma doação de R$ 12 milhões para sua campanha eleitoral em 2014.

Conforme a publicação, o empreiteiro diz que o então tesoureiro da campanha e ex-ministro de Dilma, Edinho Silva, pediu o montante, mas Odebrecht se recusou a pagar. O empresário, então, teria procurado a presidente afastada, que teria afirmado: "É para pagar".

"Isso tudo vai consolidando ainda mais a condição do impeachment", afirmou Eunício Oliveira, evitando, porém, comentar diretamente a fala de Odebrecht. "Não vou comentar delação de ninguém, porque não me cabe".

Segundo reportagem da IstoÉ, em delação Odebrecht confirmou negociação ireta com Dilma para pagamento deR$ 12 milhões à campanha presidencial Foto: Wilton Junior/Estadão

Para o líder do PMDB, as revelações de Odebrecht não devem alterar os votos no Senado, pois o destino de Dilma já está "definido". "Acho que vamos ter 59, 60 votos pelo impeachment (mais do que os 54 mínimos necessários)", diz.

Nesse placar do julgamento final, Eunício leva em conta os votos a favor do impeachment dos senadores do PMDB Jader Barbalho (PA) e Eduardo Braga (AM), ex-ministro  de Dilma, que não participação da votação da admissibilidade do processo.

Renan. O líder do PMDB não quis comentar delação em que o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado (PMDB) diz ter repassado R$ 30 milhões desviados da Petrobras ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de quem Eunício é próximo.

Publicidade

Segundo informações do jornal O Globo, confirmadas pelo Estado, Machado disse que também repassou R$ 20 milhões ao ex-presidente José Sarney (PMDB) e outros R$ 20 milhões ao senador Romero Jucá (PMDB-RR), ex-ministro do Planejamento de Michel Temer.

Chapa. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou neste sábado que as acusações feitas pelo empreiteiro Marcelo Odrebrecht sobre pedido de doação ilegal para a campanha da presidente afastada Dilma Rousseff reforçam a tese de cassação da chapa das eleições presidenciais de 2014 formada pela petista e pelo presidente interino Michel Temer.

"Se confirmado, isso contamina a chapa. Afinal, Temer não seria presidente interino se Dilma não tivesse sido eleita", afirmou Randolfe. Para o senador, a declaração de Odebrecht reforça a necessidade de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgar logo o caso. A chapa Dilma-Temer é alvo de quatro ações ajuizadas pelo PSDB, pedindo a cassação por abuso de poder econômico nas eleições de2014.

"Já tem um conjunto de delações que mostram captação ilícita do sufrágio, por que então o Tribunal Superior Eleitoral não julga a chapa?", questionou o parlamentar do Amapá. Filiado à Rede, Randolfe defende assim como seu partido a tese de que é preciso realizar novas eleições para presidente no Brasil.

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

Randolfe também cobrou explicações urgentes e detalhadas de Renan e de Jucá em relação a acusação de que teriam recebido dinheiro desviado da Petrobras do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado (PMDB). "São acusações gravíssimas. É urgente um esclarecimento detalhado sobre isso", afirmou o senador do Amapá. Para Rodrigues, as acusações fragilizam ainda mais os parlamentares. "Se ambos se tornarem réus no Supremo Tribunal Federal por conta disso, acho que o presidente do Senado tem que pensar em alternativas, uma delas é renunciar a presidência", disse.

Jucá já foi alvo de um pedido de cassação protocolado pelo PDT no Conselho de Ética do Senado. O pedido da legenda tem como base áudio gravado por Sérgio Machado em que o senador de Roraima defende "estancar" a "sangria", em referência às investigações da Lava Jato. O áudio provocou a demissão de Jucá do Ministério do Planejamento do governo Michel Temer.