Líder da ‘bala’: ‘conservadores estão fortes

Presidente da Frente Parlamentar de Segurança Pública credita a Eduardo Cunha 'bom momento' dos conservadores

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Por Pedro Venceslau
Atualização:

BRASÍLIA- Presidente da Frente Parlamentar de Segurança Pública, mais conhecida como “bancada da bala”, o deputado Alberto Fraga (DEM-DF) não rejeita o rótulo. “Prefiro ser da bancada da bala do que da bancada da mala”, diz ele, se referindo aos casos de corrupção que envolveram lideranças do PT. 

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Questionado sobre a aliança entre as três frentes, ele mesmo brinca com o apelido das bancadas. “Inventaram um rótulo. Dizem que quem manda no Congresso hoje é a bancada BBB: bala, boi e Bíblia. O fato é que temos hoje o privilégio de ter 22 deputados policiais. Antes eram 2. Isso ajuda muito”, diz. 

Ao comentar a sintonia com os outros dois grupos de pressão, ele lembra que o atual vice-presidente da “frente da bala” é o deputado João Campos (PSD-MG), que preside a Frente Evangélica. “Fazemos muitas conversas e reuniões. Estamos mobilizando a Casa para produzir resultados para a sociedade.” 

Entusiasta do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ele credita ao dirigente o bom momento dos “conservadores”. “A pauta conservadora nunca esteve tão forte.” Fraga, que presidiu a frente do “Não” no plebiscito do desarmamento, é coronel da PM e não nega que tenha recebido doações da indústria das armas. 

O deputado se diz a favor da pena de morte, mas reconhece que isso não tem como acontecer no Brasil, já que se trata de uma cláusula pétrea. 

Deputado que circula fardado pela Câmara, o Capitão Augusto Rosa (PR-SP) discorda de Fraga ao falar sobre o termo “bancada da bala”. “É um termo pejorativo. Não sou bancado por nenhuma indústria de armas. O certo seria bancada da vida ou do bem”, diz. 

Para o diretor do Departamento Intersindical de Análise Parlamentar (Diap), Antônio Augusto Queiroz, as bancadas evangélica, ruralista e da segurança atuam em conjunto por terem, de fato, uma identidade em comum. “Este é o Congresso mais conservador desde a redemocratização de 1985.” 

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