Lewandowski diz que vai insistir no reajuste de servidores do Judiciário

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Por Luciana Nunes Leal
Atualização:

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, afirmou nesta sexta-feira, 22, pouco depois do anúncio dos cortes feito pelo governo, que continuará a negociar com o Poder Executivo o reajuste dos servidores da Justiça e um plano de pagamento escalonado. Lewandowski disse que, como cidadão, compreende "as dificuldades" do governo, mas ressaltou que se manifesta como chefe do Judiciário. O ministro rejeitou o cálculo do Ministério do Planejamento de que o aumento dos servidores causaria impacto de R$ 25,7 bilhões em quatro anos. Segundo o presidente do STF, seriam R$ 10 bilhões em cinco anos. "Como cidadão, compreendo as dificuldades da economia e vamos colaborar para que o País remonte à cena do desenvolvimento. Mas, por outro lado, como chefe do Poder Judiciário, tenho que cuidar sobretudo dos servidores que estão com seus vencimentos defasados. Estamos discutindo com os ministros do Planejamento e da Fazenda qual vai ser o tamanho desse reajuste diante das possibilidades da Fazenda Pública", afirmou o ministro, depois de fazer palestra para alunos da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O ministro do STF Ricardo Lewandowski. Governo propôs um reajuste de 21,3%, escalonado pelos próximos quatro anos Foto: Estadão

De acordo com Lewandowski, "não é um plano que visa mero reajuste, reposição de perdas salariais, é um plano de cargos e salários, é um instrumento de gestão, porque precisamos dar perspectiva de ascensão na carreira para os servidores do Poder Judiciário".

O presidente do STF disse ainda que "os servidores do Poder Judiciário recebem menos que seus contrapartes no Executivo e Legislativo".

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Na última quarta-feira, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou o reajuste dos servidores da Justiça em porcentuais que variam de 53% a 78,5%. Ao responder a uma pergunta da plateia sobre ajustes na economia, Lesandowski disse ter se reunido na própria quarta-feira com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. "Conversei com o ministro Levy pleiteando mais recursos", afirmou.

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