Atualizado às 14h45
Brasília - Ao assumir o comando do Ministério das Cidades, nesta segunda-feira, 5, Gilberto Kassab (PSD-SP) reafirmou apoio da sigla ao 2º mandato da presidente Dilma Rousseff, mas ponderou que apoiar também é "divergir construtivamente".
"Ela (Dilma) lutou, enfrentou obstáculos, perseverou, aprendeu e reassume com legitimidade dos votos da maioria dos brasileiros", disse Kassab, presidente licenciado do PSD, na cerimônia de transmissão de cargo. "A presidente sabe que terá o nosso apoio", acrescentou o ex-prefeito de São Paulo. Segundo Kassab, o partido vai apoiar "sem tergiversar" as políticas sociais do governo. "Apoiar também é divergir construtivamente mas é apoiar, sem tergiversar, mais avanços nas políticas sociais que tiraram 36 milhões de brasileiros da extrema pobreza".
Com Kassab nas Cidades, o PSD soma duas pastas no governo Dilma. A outra fica com Guilherme Afif, mantido no comando da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, órgão chefiado por ele desde 2013, quando a secretaria foi criada. Na ocasião, entretanto, Kassab disse que a indicação de Afif tratava-se de uma escolha pessoal de Dilma e não fazia parte da cota do partido.
Nas eleições de 2014, o PSD foi um dos primeiros partidos a anunciar apoio à campanha petista. Na próxima legislatura, o PSD terá 37 deputados na Câmara e três senadores.
O novo ministro já realiza uma primeira viagem nesta quarta-feira, 7, a São Paulo para se encontrar com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e com o prefeito Fernando Haddad (PT) e enumerar as prioridades da pasta no Estado e na capital.
A solenidade foi acompanhada por ministros e pelos governadores de oposição Rodrigo Rollemberg (PSB) e Marconi Perillo (PSDB).
Em seu pronunciamento, Kassab afirmou ainda que tem consciência do "gigantesco e complexo" trabalho que terá pela frente e disse que vai atuar em parceria com Estados e municípios, além dos poderes Legislativo e Judiciário.
Criticado pela militância e por setores mais à esquerda do PT, Kassab destacou a importância dos movimentos sociais do Conselho das Cidades (ConCidades) nas atividades do ministério. De acordo com o novo ministro, o ConCidades vai continuar a propor encontros para "estudar e propor" diretrizes para a gestão da Polícia Nacional de Desenvolvimento Urbano (PNDU). "Como administrador municipal, como presidente de partido, convivo, conheço, tive contato com conselhos. O ConCidades tem história. Criado em 2004, aprovou, na 5ª Conferência Nacional de Cidades, o Plano Nacional de Saneamento Básico, que estabelece políticas, ações e metas nessa área para os próximos 20 anos", acrescentou.