Joesley pagava mesada de R$ 50 mil para Aécio Neves

A PGR acusa o tucano de receber ilicitamente R$ 2 milhões do empresário e de atrapalhar as investigações da Lava Jato;

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Por Redação
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BRASÍLIA - Em depoimento à Procuradoria-Geral da República (PGR), o empresário Joesley Batista, um dos sócios da JBS, afirmou que pagou R$ 50 mil por mês ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) entre 2015 e 2017. No relato aos investigadores em agosto, o empresário disse que a mesada foi solicitada pelo senador para custear suas despesas e que o pagamento era feito por meio da Rádio Arco Íris, da qual Aécio era sócio. A informação é do jornal Folha de S.Paulo e foi confirmada pelo Estado.

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De acordo com o jornal, as 16 notas fiscais emitidas no período informam a prestação de "serviço de publicidade" e que o valor mensal era de patrocínio ao programa da rádio “Jornal da Manhã". O valor total das notas fiscais chega a R$ 864 mil. Aos procuradores, o empresário afirmou que o intuito dos pagamentos era de manter um bom relacionamento com Aécio.

Aécio declarou que "ninguém transformado em réu é considerado culpado a priori". Foto: Dida Sampaio/Estadão

Na terça-feira, a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) tornou o senador réu pelos crimes de corrupção passiva e obstrução à justiça. Com a decisão, os ministros confirmam que os indícios apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) são suficientes, neste momento, para que o senador responda aos crimes por meio de ação penal.

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A PGR acusa o tucano de receber ilicitamente R$ 2 milhões de Joesley Batista, oriundos do grupo J&F, e de atrapalhar as investigações em torno da Operação Lava Jato. Os demais acusados, Andrea Neves, Frederico Pacheco de Medeiros e Mendherson Souza Lima se tornaram réus pelo crime de corrupção passiva.

A estratégia da defesa foi tentar invalidar as provas trazidas por Joesley no caso. Os advogados também afirmam que houve "verdadeira ação controlada, sem autorização judicial", quando Aécio foi gravado pelo empresário.

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A reportagem entrou em contato com a defesa de Aécio Neves e de Joesley Batista, mas até a publicação desta edição não obteve retorno.

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