Janot diz que vai processar Pizzolato por novos crimes

Procurador-geral da República pediu autorização ao governo italiano para mover ação contra o ex-diretor do Banco do Brasil por lavagem de dinheiro e uso de documento falso em Santa Catarina

Foto do author Lorenna Rodrigues
Por Lorenna Rodrigues (Broadcast)
Atualização:

BRASÍLIA - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta sexta-feira, 23, que pedirá autorização ao governo italiano para processar o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato por dois novos crimes. De acordo com Janot, Pizzolato, condenado a mais de 12 anos no processo do mensalão, deve ser processado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por lavagem de dinheiro e por uso de documento falso em Santa Catarina. O procurador não deu detalhes desses crimes. 

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot Foto: André Dusek/Estadão

O MPF irá ainda cobrar de Pizzolato R$ 170 mil referentes aos gastos com a extradição do ex-diretor, como viagens de autoridades brasileira, tradução de documentos e despesas com vídeos para demonstrar à Justiça italiana a qualidade das penitenciárias brasileiras. Além disso, serão cobrados os honorários pagos para advogados que atuaram no processo na Itália, cerca de 100 mil euros. Janot pedirá ainda a repatriação de cerca de 113 mil euros apreendidos com o condenado na Itália que, para o procurador, são fruto de crime. Pizzolato chegou nessa sexta-feira ao Brasil depois de permanecer 25 meses foragido na Itália. O ex-diretor do Banco do Brasil vai cumprir pena no Complexo Penitenciária da Papuda, em Brasília. Antes de ir para a capital federal, Pizzolato fez escala em São Paulo. Ao desembarcar do avião TAM no qual veio da Itália, o ex-diretor do Banco do Brasil foi vaiado por parte dos passageiros que estavam a bordo. Essa era a terceira vez que a PF se organiza para buscar o brasileiro. Pizzolato deveria ter sido extraditado no dia 7 de outubro. Mas, pressionado politicamente pela base de seu partido, o ministro da Justiça italiano, Andrea Orlando, adiou a volta do ex-diretor do Banco do Brasil ao País. A mudança na programação ocorreu no dia 6, na mesma data que a Corte Europeia de Direitos Humanos na França negou o último recurso apresentado pela defesa de Pizzolato. 

O ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato Foto: Estadão

PUBLICIDADE

Desde fevereiro de 2014, quando foi preso, Pizzolato se encontrava na penitenciária Sant'Anna, de Modena, aguardando uma definição sobre seu caso. Neste período, oito decisões judiciais e políticas foram tomadas. 

Cunha. Durante a entrevista coletiva, Janot se negou a responder a perguntas sobre se pedirá o afastamento do presidente da Câmara dos Deputados. "Só responderei questões referentes a esse caso [a extradição de Pizzolato]", afirmou. 

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.