Itamaraty afirma que atuação do EI no País é ‘especulação’

Segundo ministro Mauro Vieira, por enquanto não há informações sobre recrutamento no Brasil pelo grupo extremista

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Por Lisandra Paraguassu
Atualização:

Brasília - O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, negou que o Itamaraty tenha informações sobre o recrutamento de brasileiros pelo Estado Islâmico (EI) em território nacional. Em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado, nesta tarde, Vieira foi questionado pelo senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), mas disse que não tem nenhuma confirmação desses fatos.

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No domingo, o Estado mostrou que setores de inteligência do governo brasileiro detectaram tentativas de cooptação de jovens no País pelo EI. “Não temos até o momento nenhuma confirmação de que exista um caso de recrutamento dentro do território brasileiro. O único caso que conhecemos é de um jovem de dupla nacionalidade, belga e brasileira, que vive na Europa e que estaria na Síria. Desconheço e não tivemos nenhuma informação ou evidência. Tudo até agora são especulações”, afirmou o ministro. 

Órgãos de inteligência do governo brasileiro – entre eles o departamento de contraterrorismo da Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência – detectaram tentativas do EI de cooptar brasileiros, dentro do território nacional, para agir como “lobos solitários” – extremistas que, por não estarem em listas internacionais de terrorismo, teriam mais mobilidade para viajar e fazer atentados em diferentes países. 

Os relatórios teriam sido apresentados ao Palácio do Planalto e a Casa Civil assumiu a coordenação das ações que visam preparar o País para os riscos de ações, especialmente durante as Olimpíadas de 2016. 

As informações são de que o grupo estaria tentando ampliar sua cooptação da Europa para a América do Sul e a concentração de jovens de todas as nacionalidades nos jogos no Rio de Janeiro aumentaria os riscos, mesmo o Brasil não sendo alvo preferencial de terrorismo. 

Nesta semana, após a revelação, o Congresso decidiu tentar acelerar a votação de uma legislação antiterrorismo, parada há meses. As forças de segurança alertaram nos relatórios que a falta de legislação dificulta a ação contra o grupo, já que não há bases legais para, por exemplo, interceptação de comunicações.

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