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Instituto de Gilmar Mendes reúne Temer e líderes do impeachment em Portugal

Lideranças petistas e governistas avaliam que evento é um pretexto encontrado pelo ministro para reunir alguns dos principais líderes do movimento pró-impeachment em momento de extrema fragilidade de Dilma

Foto do author Pedro  Venceslau
Foto do author Vera Rosa
Por Ricardo Galhardo , Pedro Venceslau e Vera Rosa
Atualização:

Em 29 de março, quando o PMDB deve formalizar seu desembarque do governo Dilma Rousseff em meio ao processo de impeachment no Congresso, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) deve se reunir com alguns dos principais defensores do impedimento de Dilma em um seminário promovido pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), que tem o ministro do STF Gilmar Mendes como sócio-fundador, em Portugal. Integrantes do governo tem tratado o encontro como prenúncio do arranjo político para derrubar a presidente.

O vice-presidente Michel Temer e o ministro do STFGilmar Mendesem 2011. Foto: Pablo Valadares/Arquivo

O IDP realiza entre os dia 29 e 31 de março, em Portugal, em parceria com a Universidade de Lisboa, o IV Seminário Luso-Brasileiro de Direito. Segundo o site do IDP, estão confirmadas as presenças de Temer, dos senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e José Serra (PSDB-SP), do presidente do Tribunal de Contas da União, Aroldo Cedraz, do também ministro do STF Dias Toffoli além do próprio Gilmar Mendes. Lideranças petistas e governistas avaliam que o evento é um pretexto de Gilmar para reunir alguns dos principais líderes do movimento pró-impeachment em um momento de extrema fragilidade de Dilma Rousseff. Os únicos governistas convidados são o senador Jorge Viana (PT-AC) e o ex-advogado-geral da União Luiz Inácio Adams. Entre os patrocinadores do evento estão a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), entidade que tem dado apoio às manifestações de rua pela saída de Dilma, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Sistema “S” do Rio de Janeiro e a estatal Itaipu Binacional. “Esse enredo do golpe está na boca dos petistas. Não há golpe algum. Trata-se de um encontro institucional entre duas nações amigas”, afirma o deputado Mendonça Filho (DEM-PE), líder da oposição na Câmara. Convidado a participar do seminário, Aécio confirmou ontem que conversou com o vice-presidente da República, quando fizeram conjunturas sobre um futuro governo. O tucano, entretanto, afastou a possibilidade de o PSDB participar do governo Temer ocupando cargos, diferentemente do que demonstrou José Serra (PSDB-SP) em entrevista ao Estado. “Tive uma longa conversa com Michel Temer. Uma conversa republicana em que avaliamos os cenários que estão a nossa frente. É muito natural que os presidentes dos dois maiores partidos brasileiros conversem em um momento como esse”, afirmou. Aécio também disse que o PSDB não tem benefícios com um impeachment. “Ao contrário, quem eventualmente assumirá o governo é quem participou deste governo.”