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Indústria apresenta propostas a Temer e CNA cobra mudança em 60 dias

Vice se reuniu com diversas confederações; presidente da CNI afirma que apresentou 38 medidas ao peemedebista e dirigente da Confederação da Agricultura e Pecuária disse esperar sinalizações de que as coisas serão diferentes

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Por Victor Martins
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, disse nesta quarta-feira, 27, que apresentou 38 propostas ao vice-presidente da República, Michel Temer em encontro nesta quarta-feira, 27. também presente na reunião, o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, disse que o País espera que Temer, caso assuma o Palácio do Planalto, dê sinalizações de que as coisas serão diferentes. Ele espera que esses sinais sejam dados em até 60 dias depois da posse.

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O encontro ocorreu durante a tarde desta quarta-feira, 27 e contou também com a participação das Confederações das Cooperativas (CNCoop), de Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida (CNSeg) e de Saúde (CNS). “As medidas que apresentamos é para que a indústria possa voltar a crescer. Para cada segmento, temos propostas bastante consistentes”, afirmou.

Segundo Andrade, entre essas propostas estão a renovação de frota, mais crédito para empresas e crédito para renegociação de dívidas. Ele, no entanto, frisou que não pediu subsídio para financiamentos ou desonerações como estímulo para a indústria. “Nos últimos anos, as empresas acumularam passivos importantes. As empresas precisam desse fôlego para que possam voltar a investir no Brasil. Não falamos em subsídio, essa questão precisa ser discutida com mais cuidado”, observou.

Ele relatou ainda que, na questão trabalhista, é preciso debater a tercerização e a segurança jurídica nos acordos. “Só essas duas questões já resolveriam grandes problemas na justiça trabalhista”, afirmou.

O presidente da CNI ainda afirmou que o País precisa de previsibilidade cambial e disse que pediu isso a Temer. Segundo ele, a proposta é de um política cambial estável para que o setor possa exportar com tranquilidade.

Ele refutou, porém, a possibilidade de controle cambial. “Existem políticas do BC que podem fazer com que o cambio seja mais previsível. Não estou dizendo que o câmbio tenha de ser R$ 4,00 ou R$ 3,50, mas precisamos de previsibilidade”, disse. Andrade ainda fez críticas às centrais sindicais e disse acreditar que elas não representam mais os trabalhadores.

Para ele, os sindicatos precisam dar sua cota de sacrifício para que a situação do País melhore. “Hoje elas não representam os trabalhadores. Enquanto os trabalhadores perdem emprego, as centrais querem manter as benesses que tem”, criticou. 

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CNA. O presidente da CNA cobrou atitudes austeras de Temer, caso assuma a Presidência. "Terá de mostrar que vai diminuir a máquina, que o governo será austero e que será um governo compartilhado, ouvindo também o setor privado", afirmou. Questionado sobre o eventual sucessor de Kátia Abreu no ministério da Agricultura, ele afirmou que o setor quer que o futuro ministro seja ligado ao campo. "Não adianta colocar um ministro que não conhece os problemas rurais. Queremos um ministro que possa dialogar com a gente de igual para igual", disse. Ele voltou a fazer críticas a Kátia Abreu. "Acho que Kátia Abreu não tem mais ambiente para ficar, não existe nem possibilidade remota desde que ela tomou atitude de ficar contra os produtores", afirmou. Segundo Martins, nenhum representante do agronegócio irá ao anúncio do Plano Safra, programado para 4 de maio.