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Ideli afirma que CPI não pode investigar ONG da filha de Lula

Para senadora, apuração do Senado não deve incluir Rede 13 só pela possibilidade de atingir o presidente

Por Brasília
Atualização:

A líder do governo no Senado, Ideli Salvatti (PT-SC), pôs ontem um freio na CPI das ONGs - que vai investigar irregularidades em organizações não-governamentais -, ao afirmar que a apuração não pode se estender à Rede 13, que teve entre seus criadores Lurian Cordeiro, filha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Se esta CPI tiver como objetivo reproduzir a CPI dos Bingos, só para atingir o presidente Lula, não estará fazendo um grande serviço à Nação", alegou. "O que não se pode é trazer para investigação só porque, quem sabe, talvez, haja a possibilidade de chegar ao presidente da República." Ideli afirma não ter informação de que a Rede 13 tenha recebido dinheiro público. Segundo parlamentares, a ONG - que também teve entre seus criadores o ex-churrasqueiro de Lula Jorge Lorenzetti -, que funcionava como um braço do Fome Zero e já foi extinta, teria recebido do governo federal R$ 7,5 milhões. A denúncia original da irregularidade foi feita pelo jornalista Fernando Bond, que trabalhou na Rede 13 por três meses. Ele contou que o órgão tinha um rombo de R$ 70 mil, coberto por Lorenzetti - que teria sido escalado pelo PT para intervir na entidade e fechá-la, por temor de a história vir a público. A denúncia levanta a suspeita de que a organização atuava como veículo de repasse de verbas públicas a petistas. Estava instalada em Santa Catarina. RELATORIA Sobre o boicote do governo à indicação do senador Valter Pereira (PMDB-MS) para relatoria da CPI, Ideli justificou a medida, alegando que o parlamentar criou situação embaraçosa. "Ele criou uma situação de constrangimento para o Planalto dentro do próprio PMDB." Ideli atribui apenas a Pereira a decisão de rejeitar, na semana passada, a Secretaria de Planejamento de Longo Prazo da Presidência da República, embora o veto tenha sido apoiado por 16 dos 19 senadores do PMDB, com a concordância do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

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