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'Hoje, para mim, foi uma ofensa pessoal', diz Lula em ato em SP

Ex-presidente comentou condução coercitiva e atacou Moro e procuradores: 'se forem R$ 1 real mais honestos, desisto da política'

Por André Ítalo Rocha
Atualização:
Ex-presidente chegou a se emocionar em discurso, quando citou avanços durante seu governo Foto: AFP PHOTO / NELSON ALMEIDAE

SÃO PAULO - Em discurso emocionado para centenas de apoiadores, no centro de São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na noite desta sexta-feira, 4, que encarou como uma "ofensa pessoal" a condução coercitiva realizada pela Polícia Federal em sua residência, em São Bernardo do Campo. "Foi um desrespeito a alguém que dedicou a vida a esse País", disse Lula, no palco da Quadra dos Bancários. O ex-presidente afirmou também que o que viu nesta sexta foi um show de pirotecnia.

Cercado por várias lideranças sindicais e políticas, Lula voltou a dizer que não é dono dos imóveis investigados na Operação Lava Jato e criticou o juiz federal Sérgio Moro, que autorizou a ação da PF. "Ele não precisava ter feito", afirmou, lembrando as vezes em que se colocou à disposição para prestar esclarecimentos à Justiça. "Se eles (o juiz Sérgio Moro e os procuradores), juntos, forem R$ 1 mais honesto do que eu, desisto da vida política", acrescentou.

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Lula chegou a chorar em alguns momentos de seu discurso, quando lembrou de avanços sociais ao longo de seus dois mandatos. Depois de citar o crescimento da geração de emprego e o aumento real do salário mínimo, provocou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Essas coisas ele não escreve nos livros dele", disse.

Por vezes foi interrompido pela plateia com gritos de apoio. "O Lula é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo", cantaram. Orgulhoso de seus feitos, Lula afirmou que foi o melhor presidente da história do País e o melhor presidente do mundo no começo do século XX. "O mundo inteiro admirava o que a gente tinha feito", disse.

"E a elite brasileira, que nós chamamos de coxinha, não consegue aceitar a ideia de uma mulher governar um país como esse", disse o ex-sindicalista, em referência à presidente Dilma Rousseff. Falou, inclusive, que a presidente não tem de fazer política voltada para o mercado, mas sim para que o brasileiro volte a consumidor. O ex-presidente disse ainda que, em todas as vezes em foi derrotado em eleições, comportou-se como um democrata, aceitando a derrota e tentando novamente em uma próxima oportunidade. 

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