Hipótese de tráfico de influência de Lula é infundada, diz presidente do BNDES

Luciano Coutinho disse ser 'absolutamente impossível' haver ingerência nas decisões técnicas e colegiadas do banco

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Por Igor Gadelha
Atualização:

São Paulo - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, classificou na tarde desta segunda-feira, 4, como infundada a hipótese de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva exerceu tráfico de influência para liberação de empréstimos por parte do banco de fomento. Segundo ele, é "absolutamente impossível qualquer tipo de ingerência" nos processos decisórios da instituição.

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"A hipótese é infundada, dados os processos impessoais, técnicos, de avaliação, de decisão colegiada em todas as instâncias e, além do mais, da avaliação de riscos e das garantias em todo e qualquer empréstimo do BNDES, e isso inclui operação de exportações", afirmou a jornalistas após a cerimônia de abertura da 2ª Feira Internacional do Plástico (Feiplastic), na capital paulista.

De acordo com reportagem da revista Época, o Ministério Público Federal (MPF) abriu investigação para apurar se Lula praticou tráfico de influência em operações do BNDES no exterior. Coutinho avaliou que a matéria carece de fundamento e disse que "encaramos com tranquilidade, porque não há qualquer tipo de ingerência (nas operações do banco), de quem quer que seja".

O presidente do BNDES ressaltou que está em tratativa com a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado para revisar as condições pelas quais o banco de fomento pode liberar informações relacionadas a comércio exterior. "Queremos adotar práticas mais avançadas de transparência", afirmou, ponderando que outras agências internacionais não detalham essas operações, porque muitas vezes envolvem segredos comerciais.

Ele ressaltou que a instituição considerada mais transparente é o US Exim (Banco de Exportações e Importações dos Estados Unidos), que "tem práticas muito parecidas com a que nós já temos". "Vamos aprofundar, porque queremos tornar mais transparente", disse, lembrando que o banco também analisa uma revisão da classificação específica das operações com Angola e Cuba.

Questionado se teme a instalação de uma CPI na Câmara para investigar os empréstimos do BNDES, Coutinho disse que não iria comentar algo que ainda estava no mundo das hipóteses. O movimento pela instalação do colegiado ganhou força nesta semana, após a divulgação da investigação do MPF. A oposição espera contar com apoio do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para emplacar a criação da CPI. 

 

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