O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, descartou nesta quinta-feira, 11, uma eventual candidatura ao governo de Goiás. Pressionado por membros do seu partido, o PMDB, a antecipar a decisão sobre seu futuro político, o banqueiro disse estar atendendo um pedido do presidente Lula, que lhe pediu para que se dedique ao comando do BC até a data limite de desincompatibilização para concorrer a cargo eletivo, no incío de abril.
"Liberei o PMDB de qualquer prioridade ao meu nome. Deixo o partido à vontade para compor a chapa de governador imediatamente. Se julgarem necessário, sem a minha participação", disse Meirelles em nota divulgada nesta quinta-feira.
Na quarta-feira, 10, o prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB-GO), aumentou a pressão para que banqueiro anuncie a decisão de se candidatar ou não ao governo de Goiás ou a uma vaga no Senado pelo PMDB nas próximas eleições.
Meirelles destacou, entretanto, que uma definição sobre uma eventual candidatura ao Senado será "anunciada no fim de março". Segundo o banqueiro, suas "responsabilidades no BC não permitem antecipar a decisão".
Na quarta-feira, após reunião no Ministério da Fazenda, Iris afirmou que o PMDB de Goiás esperava "para ontem" uma decisão. Segundo ele, o partido não poderia esperar até fim de março - prazo dado por Meirelles para anunciar se continua no comando do BC ou deixa o posto para disputar um cargo político.
"Não podemos esperar. O que queremos dele é o seguinte: simplesmente uma decisão. Não há pressão", disse o prefeito de Goiânia e ex-governador de Goiás por duas vezes. "Se ele quiser ser candidato a senador, será. Se ele quiser ser candidato a governador, será. Mas ele tem que ser rápido porque a demora pode nos levar a perda de terreno e espaço."
Meirelles se filiou ao PMDB no fim do ano passado, a tempo de concorrer a um cargo eletivo nas eleições de 2010. Interlocutores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmam que o Planalto gostaria de ter o nome do banqueiro como candidato a vice numa eventual chapa encabeçada pela ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à presidência.
Com informações de Fernando Nakagawa e João Domingos