O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira, 19, que deixará a pasta em janeiro para se preparar para a eleição municipal de São Paulo em 2012. O ministro, pré-candidato do PT, concedeu entrevista à rádio Estadão ESPN e informou que a presidente Dilma Rousseff estabeleceu o mês de janeiro para se desligar do cargo. Ele ressaltou que pretende, nos próximos meses, estudar os problemas da capital para compor seu programa de governo para a disputa eleitoral.Haddad disse não ter ainda informação de que o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, o substituirá no cargo e evitou sugerir nomes para a presidente Dilma. "Não tenho a informação do Mercadante, não conversei com a presidente sobre o assunto", afirmou.Sobre sua campanha, Haddad afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende entrar firme na campanha para a sucessão da prefeitura de São Paulo já em março, quando deverá ter encerrado o tratamento médico contra um câncer na laringe. Em janeiro, Lula ainda será submetido a sessões de radioterapia. O ministro disse ter conversado neste fim de semana com o ex-presidente, que disse estar confiante na cura da doença. "Mas Lula disse que podemos contar ele a partir de março", destacou.O ministro refutou avaliações de que o PT entrará dividido na disputa municipal por conta da falta de uma eleição interna para a escolha do candidato. Segundo ele, a sigla está unida, inclusive com o apoio da senadora Marta Suplicy (PT-SP), que também desejava disputar a sucessão do prefeito Gilberto Kassab (PSD) em 2012.Marta, segundo Haddad, informou ao PT municipal que estará à disposição para contribuir com a eleição. O ministro disse esperar "100%" de engajamento da senadora na campanha petista de 2012. Balanço. O ministro destacou que o atual momento é de consolidação das políticas públicas na área educacional e afirmou que entregará a pasta com um orçamento de aproximadamente R$ 80 bilhões. Haddad disse que o governo federal estuda duas iniciativas para combater o analfabetismo no País. Uma delas é um programa de alfabetização de jovens entre 10 e 14 anos de idade. A outra é um programa de alfabetização nas zonas rurais. "As taxas de analfabetismo vêm caindo drasticamente", afirmou. "Mas as desigualdades regionais ainda são muito grandes."