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Guimarães nega que 2º escalão seja moeda de troca em votação de MP

Líder do governo na Câmara comentou sobre a votação da medida que altera regras para a pensão por morte e auxílio-doença e negou versão dada pelo chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, sobre as indicações de cargos

Por Rafael Moraes Moura
Atualização:

Brasília - Depois de o Planalto garantir a aprovação da MP do seguro-desemprego por uma diferença de apenas 25 votos, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE) negou nesta segunda-feira, 11, que a composição do segundo escalão será usada como "moeda de troca" para agradar aliados e assegurar o aval do Congresso Nacional ao ajuste fiscal desenhado pela equipe econômica da presidente Dilma Rousseff.

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Em tom conciliador, Guimarães disse que os votos do oposicionista Democratas são "bem-vindos" e que espera o apoio do PDT à MP 664, que deverá ser votada nesta quarta-feira, 13.

"O governo sabe fazer o reconhecimento político. A presidente reconhece o papel central que tiveram os líderes da base mesmo com uma ou outra dissidência. Mas é normal. Não tem essa de moeda de troca (de cargos no segundo escalão). Essa frase ela é oposto daquilo que estamos discutindo. O que é normal é os partidos da base ocuparem os espaços como já ocupam, qual a novidade disso?".

O vice-presidente Michel Temer se reúne com lideres da base aliada ao lado o lider do governo deputado José Guimarães (PT), e dosministros Joaquim Levy (Fazenda), Ricardo Berzoini (Comunicações) Nelson Barbosa (Planejamento), Carlos Gabas (Previdência) e Elizeu Padilha (Aviação Civil) para discutir estratégias do governo para votação da MP 664 Foto: Andre Dusek/Estadão

Na semana passada, em entrevista ao Estado, o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, explicitou a estratégia do governo para arregimentar os votos necessários para garantir a aprovação das próximas etapas do ajuste fiscal no Congresso. "É evidente que quem ajuda o governo, quem vota com o governo, quem sustenta o governo, governa com o governo, tem prioridade nas indicações do segundo escalão", afirmou. "Aqueles que querem colaborar serão privilegiados." 

Necessários. Quatro principais partidos de oposição - PSDB, DEM, PPS e Solidariedade - e o independente PSB deram 10% votos ao governo, com 27 apoios na votação do texto base da Medida Provisória 665, aprovada na última quarta na Câmara dos Deputados.

"Os votos do DEM são necessários. Não são bem-vindos, (são) necessários. Quem puder ajudar é importante", disse Guimarães a jornalistas, depois de reunião no Planalto com o vice-presidente Michel Temer, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e líderes para tratar da medida provisória 664, que altera as regras para concessão de pensão por morte e auxílio-doença. 

"Nossa expectativa é que o PDT ajude na aprovação da MP 664. O PDT está sendo tratado pelo governo e não sei o desfecho", ressaltou Guimarães.

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Dissidência. Na avaliação do líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), o ambiente dentro da base "está mais distensionado" para a aprovação da MP 664.

"Há uma solicitação da presidência da República, do ministro da Fazenda, da importância de fazer as medidas do ajuste, e o PMDB apoia o ajuste com a perspectiva de melhora no quadro econômico do País. A emenda do fator previdenciário causa preocupação, é preciso discuti-la com muita atenção", comentou Picciani.

"(A votação) É tão difícil quanto a da semana passada, tão duro quanto, mas já se pode dimensionar dentro da base o apoio que se tem pra aprovação do ajuste. Creio que assim como a MP 665, a 664 será aprovada. Será mais ou menos na mesma proporção, acredito até em alguma melhora", avaliou o peemedebista.

Placar. Já o ministro da Previdência Social, Carlos Gabas afirmou não querer arriscar um placar para a votação da MP 664. "Não quero arriscar, tenho absoluta convicção de que o Congresso aprovará essa medida também porque ela é importante pro País, dá perspectiva de retomada de crescimento", disse Gabas.

Na avaliação do ministro, a MP 664 vai representar uma economia de R$ 100 bilhões nos próximos 10 anos, integrando um conjunto de medidas que têm objetivo de "equilibrar a Previdência para o futuro". 

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