'Grande futuro do Brasil já chegou', diz Kofi Annan

Em palestra no Rio, Nobel da Paz lembrou que Charles De Gaulle disse que o Brasil era um país de grande futuro

PUBLICIDADE

Por Adriana Chiarini e da Agência Estado
Atualização:

O Brasil caminha para a realização plena do seu potencial e tem a oportunidade de se tornar uma liderança global, disse hoje o ex-secretário geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 2001, Kofi Annan.

 

Em palestra no Rio de Janeiro, Annan lembrou que o ex-presidente francês Charles De Gaulle disse certa vez que o Brasil seria um país de grande futuro e concluiu: "É óbvio que o grande futuro do Brasil já chegou." Annan elogiou os governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva e citou o País como um dos vencedores da crise econômica e "força propulsora da América Latina". O ex-secretário observou também que "o Brasil teve uma década de sucesso notável", mas completou que "o sucesso traz também uma série de responsabilidades", tanto econômicas quanto políticas, envolvendo o meio ambiente e a mudança na arquitetura do sistema internacional. Annan disse acreditar que o Brasil merece mais espaço no G-20, no Banco Mundial, no Fundo Monetário Internacional (FMI) e no Conselho de Segurança da ONU. "Não há motivo para o Conselho de Segurança reproduzir a realidade do mundo em 1955. Estamos em 2009", afirmou. "Acredito que o Brasil pode e deve ter papel importante sem poderio militar." Para ele, o que importa são os valores levados para a discussão. Annan considera que o País pode mostrar-se como líder global na conferência sobre o clima na Dinamarca, no mês que vem. "O papel de liderança pode começar a ganhar importância em Copenhague", disse ele, para quem o Brasil tem vantagens como a Floresta Amazônica, os mananciais de água que possui e a tecnologia de que dispõe. Porém, ele avalia que as negociações da questão do clima são mais difíceis que as de segurança e receia que as mudanças climáticas estejam ocorrendo de forma mais rápida que os progressos no enfrentamento do problema.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.