Graça está se contaminando pelas versões, diz Aécio

PUBLICIDADE

Por RICARDO BRITO E BERNARDO CARAM
Atualização:

O pré-candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves (MG), criticou nesta quinta-feira o fato de a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, desconhecer a existência de um comitê interno da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), que se sobrepunha ao Conselho de Administração da estatal. "Eu acho que ela está se contaminando um pouco pelas versões de cima: eu não sabia", disse Aécio, em entrevista no Senado.A revelação da existência do Conselho foi feita por Graça Foster em entrevista ao jornal O Globo publicada ontem. O tucano disse não considerar adequado que a presidente da Petrobras, por quem tem um "enorme respeito pessoal", "dê uma desculpa como essa". "Isso assusta a todos. Para mim, pessoalmente, ela ainda era ou é um dos pilares para que este assalto aos cofres da Petrobras seja ainda maior", afirmou.Aécio Neves disse que Graça Foster é "uma mulher de bem, mas perdeu a capacidade de comandar". "Acho que as forças que estão no seu entorno são tão poderosas e mandam tanto que se chegou ao cúmulo de ter um comitê que ela própria desconhecia e decidindo o destino de milhões e milhões de dólares da companhia", destacou.Hoje, reportagem da Folha de S. Paulo revela que há mais de sete anos a Petrobras sabia da existência o comitê misterioso que Graça Foster diz não conhecer. A gestão da estatal está sob pressão desde a semana passada depois que o jornal O Estado de S. Paulo revelou que a presidente Dilma Rousseff, quando presidia o Conselho de Administração da Petrobras, votou a favor da compra de parte da refinaria de Pasadena com base em um resumo juridicamente "falho".Em 2012, a estatal concluiu a compra da refinaria e pagou ao todo US$ 1,18 bilhão por Pasadena, que, sete anos antes, havia sido negociada por US$ 42,5 milhões à ex-sócia belga. A oposição anunciou ontem ter recolhido assinaturas para pedir no Congresso a criação de uma CPI para investigar irregularidades na estatal.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.