Ao contrário do que fez na semana passada, quando estimou que 1 milhão de pessoas iriam no domingo à Avenida Paulista pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo preferiu não fazer estimativas nesta quinta-feira, 17, para o ato desta sexta, 18, contra o impedimento de Dilma. Os organizadores estimam um público de 150 mil.
Na quinta-feira da semana passada, representantes do Movimento Brasil Livre e parlamentares de oposição foram recebidos pelo secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, e pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Em seguida, eles concederam juntos uma entrevista coletiva.
Nesta quinta, Moraes recebeu discretamente os líderes da Frente Brasil Popular, que é formada por entidades como CUT, UNE e MST, em uma reunião na sede Secretaria. O encontro não foi divulgado pelo governo e Moraes não concedeu entrevista coletiva. "Eles deram entrevista na semana passada dizendo que as pessoas podiam ir às ruas tranquilamente. Cobramos que eles façam isso agora", diz Emídio Souza, presidente do PT paulista.
Os organizadores também pediram na reunião que a Polícia Militar desocupe a Avenida Paulista, que está interditada por manifestantes pró-impeachment. Segundo eles, o secretário teria garantido que retiraria as pessoas às 21h desta quinta-feira. O secretário garantiu, ainda,que mobilizará a mesma quantidade de policiais que trabalharam no domingo passado.
Áudios. Emídio classificou como um "ato criminoso" a divulgação dos áudios com diálogos entre a presidente Dilma Rousseff e o ex- presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo juiz Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava Jato na primeira instância.
"A divulgação da conversa da presidente da República com o ex-presidente Lula foi um ato criminoso e que agride a Constituição. Não há amparo legal". Segundo o dirigente, o episódio estaria aumentando a mobilização para o ato de amanhã na Avenida Paulista contra o impeachment.