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Governo da Colômbia quer expulsar Odebrecht do país

Chefe de Agência de Infraestrutura afirma que trabalha para 'saída definitiva' da empresa, suspeita de pagar cerca de US$ 11 milhões de propina a autoridades entre 2009 e 2014

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Por Redação
Atualização:

BOGOTÁ - O governo da Colômbia está tentando expulsar a Odebrecht do país em meio à investigação de acusações sobre o envolvimento da construtora brasileira em pagamentos de propina a autoridades locais para garantir grandes projetos de infraestrutura.

"Estamos trabalhando no sentido da saída definitiva da Odebrecht da Colômbia", disse na quarta-feira, 18, o chefe da Agência Nacional de Infraestrutura, Luis Andrade.

Sede da Odebrecht em São Paulo Foto: JF Diorio/Estadão

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Este foi o comentário mais forte do governo colombiano desde que a Odebrecht fechou um acordo de leniência com autoridades dos Estados Unidos, em dezembro de 2016. Segundo documentos do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a empresa admitiu o pagamento de US$ 788 milhões em subornos em 12 países da América Latina – incluindo o Brasil – e da África desde 2001. Na Colômbia, cerca de US$ 11 milhões de propina teriam sido pagos a autoridades do país entre 2009 e 2014.

Andrade informou que sua agência, que aprova concessões de obras em parcerias público-privadas, solicitou a um tribunal de arbitragem que anule o contrato do projeto rodoviário. Posteriormente, a Colômbia pretende abrir nova licitação para concluir a obra.

Prisões. Na quinta-feira, 12, o ex-vice-ministro de Transporte Gabriel García Morales, que exerceu o cargo durante o governo do ex-presidente Álvaro Uribe, foi preso por suspeita de facilitar o acesso da Odebrecht à construção do setor 2 da Estrada do Sol, um trajeto de mais de 500 km que liga o centro do país à Costa do Atlântico e ao Caribe.Segundo a procuradoria clombiana, Morales teria exigido US$ 6,5 milhões para cortar a concorrência e permitir que a Odebrecht fosse a única participante no processo de licitação do projeto, autorizado entre 2009 e 2010. 

Outro político, o ex-senador Otto Nicolás Bula, foi preso três dias depois, também porsuspeita de receber suborno da Odebrecht. Segundo a procuradoria local, ele será acusado pelos crimes de suborno e enriquecimento ilícito.

Procurada pela reportagem, aOdebrecht não se pronunciou até a publciação desta matéria.

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