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Governo bate cabeça em teses, diz Cunha, sobre ampliação do Simples

O governo apresentará um requerimento para tentar adiar a votação do projeto que amplia o alcance do regime simplificado de tributação, o Simples Nacional

Por Daniel de Carvalho
Atualização:
O presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) Foto: Divulgação

Brasília - Diante do conflito interno entre os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Afif Domingos, que culminou com a decisão do Planalto de pedir o adiamento da votação da ampliação do Simples Nacional, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que o governo da presidente Dilma Rousseff é "confuso" e "fica batendo cabeça". "Se o governo nem mesmo se entende internamente, fica difícil. Governo é confuso mesmo, fica batendo cabeça nas teses", afirmou Cunha antes de iniciar a sessão desta terça-feira, 25. O governo apresentará um requerimento para tentar adiar a votação do projeto que amplia o alcance do regime simplificado de tributação, o Simples Nacional. O texto estava previsto para ser apreciado nesta terça-feira. Afif é defensor do projeto. Na semana passada, esteve no Congresso fazendo lobby para que a votação ocorresse nesta semana. Na noite de ontem, em jantar na residência oficial do presidente da Câmara, explicou a proposta a vários líderes, por celular. O ministro titular de uma das pastas que deve ser cortada na reforma administrativa anunciada pelo governo ontem divulgou um impacto de R$ 3,9 bilhões ao ano, compensados, segundo ele, pela falta de correção da tabela do Simples Nacional pela Receita Federal (R$ 1,9 bilhão) e pelo aumento da formalização (R$ 2 bilhões). Na segunda-feira, no entanto, a Receita Federal divulgou relatório em que estima um impacto anual muito maior - R$ 11,43 bilhões. Afif foi chamado para conversar com a presidente Dilma Rousseff na tarde de hoje. A aliados, o ministro não escondeu sua irritação e ameaçou, inclusive, fazer uma manifestação contrária à decisão do governo. O Simples é um regime tributário especial que permite o pagamento, em uma única guia, de oito impostos. Atualmente, a empresa pode faturar até R$ 3,6 milhões por ano para participar do programa. Com a mudança defendida por Afif, o teto passa para até R$ 14,4 milhões. A oposição aproveitou a polêmica para criticar o governo. "O governo deveria se entender preliminarmente", disse o líder do DEM, Mendonça Filho (PE).

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