Governador petista liberou secretários a pedido deles, diz Gleisi

Exonerações, que supostamente beneficiariam Temer, seriam para não fortalecer Rodrigo Maia, presidente da Câmara (DEM-RJ) e primeiro na linha sucessória, e o DEM do adversário baiano de Costa, ACM Neto

Por Marianna Holanda e Igor Gadelha
Atualização:
O governador da Bahia Rui Costa (PT) Foto: Facebook|Reprodução

A presidente do PT e senadora Gleisi Hoffmann (PR) disse, na noite desta terça-feira, 1, que os secretários da Bahia foram liberados pelo governador da Bahia, Rui Costa (PT), a pedido deles próprios. Após a publicação de matérias dizendo que as exonerações supostamente favoreceriam Temer, Gleisi falou em seu Twitter que ligou para o governador.

Costa exonerou os secretários de Desenvolvimento Urbano, Fernando Torres (PSD), e de Relações Institucionais, Josias Gomes da Silva (PT), mas a expectativa é que eles se abstivessem na votação. Seus suplentes respectivamente, Robinson Almeida (PT) e Davidson Magalhães (PCdoB), que tinham declarado voto contra o presidente.

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Aliados justificam que um eventual governo de Rodrigo Maia, presidente da Câmara (DEM-RJ) e primeiro na linha sucessória, não interessaria a Costa, pois fortaleceria o partido de seu adversário, Antônio Carlos Magalhães Neto (BA). ACM Neto deve disputar o governo da Bahia em 2018 contra Costa.

A senadora afirmou que os deputados “queriam participar deste momento histórico no Congresso” e disse ainda que o Gomes da Silva votará de acordo com a bancada, ou seja, favorável à aceitação da denúncia. 

Gleisi não falou, contudo, como deve votar o secretário de Relações Institucionais. O PSD de Torres tem 13 deputados votando abertamente a favor de Temer, segundo o placar do Estado.

A presidente do PT encerrou seus tweets afirmando que Costa é a favor da denúncia contra Temer e de eleições diretas.

Uma hora após as declarações de Gleisi nas redes sociais, o governador publicou vídeo em seu Twitter e Facebook criticando as reformas e defendendo eleições diretas. “A minha posição não poderia ser outra a não ser defender eleições diretas”, declarou. Mas ele não mencionou as exonerações ou supostas articulações.

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