Google está virando ‘o grande monopólio da mídia’, diz ministro

Paulo Bernardo afirmou que a influência da companhia americana no País ‘tem de ser colocada na pauta’

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Por Rafael Moraes Moura
Atualização:

BRASÍLIA - O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou nesta segunda-feira, 3, que o Google está "se tornando o grande monopólio" da mídia. "As pessoas falam no Brasil que tem monopólio da mídia. Acho que o Google está se tornando o grande monopólio da mídia. E a gente vê assim uma disputa entre teles e TVs que, provavelmente, se durar mais alguns anos, o Google vai engolir os dois", comentou.

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"Sou favorável à regulação da mídia, nós precisamos apenas nos colocar sobre qual vai ser o modelo, sobre qual a forma de conduzir isso, se nós vamos fazer um projeto único ou por partes. Temos que incluir questões essenciais, por exemplo, sobre o que acontece na mídia de internet", disse o ministro, repetindo uma posição sua já conhecida.

Questionado sobre se o Planalto tem planos para reduzir a influência de companhias como o Google no País, respondeu: "Isso tem de ser colocado na pauta. Se você tem uma empresa que, num setor, tem 91% de participação, é evidente que talvez seja o caso de discutir." Segundo ele, a maior parte da publicidade do Google é "paga no exterior com cartão internacional". Ele disse, porém, que não está tratando de regular conteúdo.

Para o ministro, há espaço para discutir o assunto este ano. "Temos que estabelecer prioridades. É uma situação que acaba ficando assimétrica, de empresas que começam a vender serviços pela internet e não tem as mesmas responsabilidades que os veículos tradicionais."

Procurado, o Google informou que tem investido "centenas de milhões de dólares no País" desde 2006. "Temos um centro de engenharia em Minas Gerais e uma presença significativa em São Paulo. O Google emprega mais de 600 pessoas no Brasil e em 2012 nós recolhemos mais de R$ 540 milhões em impostos para as diversas esferas do governo brasileiro. Nós pagamos todos os impostos que são devidos no Brasil", afirmou a empresa.

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