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Garotinho faz primeira aparição desde operação da PF

Por Alexandre Rodrigues
Atualização:

Em sua primeira aparição pública desde a operação Pecado Capital, do Ministério Público do Estado do Rio, que prendeu vários de seus ex-auxiliares, o ex-governador Anthony Garotinho (PMDB) disse hoje que ele e sua mulher, a ex-governadora Rosinha Matheus, não têm responsabilidade sobre o desvio de quase R$ 70 milhões de reais de recursos da Saúde descobertos pela investigação. Desde a semana passada, 12 pessoas foram presas sob acusação de envolvimento no esquema de repasse de recursos a ONGs, a maioria de fachada, pela Secretaria Estadual de Saúde durante o governo de Rosinha. Garotinho e Rosinha foram denunciados em um processo cível relativo ao caso. O Ministério Público suspeita que o dinheiro foi usado em campanhas políticas. Sem citar diretamente o ex-secretário de Saúde Gilson Cantarino, que está preso, Garotinho atribuiu a responsabilidade ao ex-colaborador. "Quem faz esse tipo de contrato é o órgão (Secretaria de Saúde). Eu apenas alertei que era ilegal (contratar ONGs). Eu não tinha poder como secretário de Governo para controlar o que fazia outro secretário. Mas foi dada a orientação pela governadora, através do secretário de Governo. A responsabilidade é de todos que fizeram. Se a governadora mandou não fazer , errado é quem fez", disse Garotinho, depois do evento de lançamento da candidatura a vereadora de sua filha, Clarissa, que adotou o nome de Clarissa Garotinho. O ex-governador referiu-se ao ofício de número 989, assinado por ele em junho de 2005, quando ocupava a secretaria de Governo da mulher. Nele, em nome da governadora, Garotinho determina a suspensão do convênio entre o governo estadual e a ONG Centro Brasileiro de Defesa dos Direitos da Cidadania (CBDDC), firmado irregularmente com dispensa de licitação. No mesmo documento, pede a suspensão de contratos semelhantes. No entanto, para o MP, essa ordem serviu apenas para abrir caminho para o contrato da Pro-Cefet que resultou no desvio dos recursos. Em substituição à CBDDC, a ONG recebeu R$ 234 milhões. "O MP sabe que eu e Rosinha não temos nada a ver com isso. Tanto que, na ação criminal, que é a principal, não nos envolveu", disse Garotinho.

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